Quarta-feira, 22 de outubro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Economia Os cinco bancos investigados pela Polícia Federal por envolvimento em esquema bilionário e lavagem de dinheiro movimentaram R$13,4 bilhões

Compartilhe esta notícia:

Esquema desbaratado pela Polícia Federal envolveu empresas e operadoras de criptomoedas. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os cinco bancos investigados pela Polícia Federal (PF) por envolvimento num esquema bilionário de evasão de divisas e lavagem de dinheiro com o uso de criptoativos movimentaram R$ 13,4 bilhões em contratos de câmbio com apenas quatro alvos da Operação Colossus. Os bancos foram isentados por uma mudança na legislação cambial como informou o Estadão na semana passada. As instituições negam irregularidades.

A Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), da Superintendência da Polícia Federal (PF), em São Paulo, decidiu e informou à Justiça que, diante do grande número de envolvidos no esquema de fraude, concentraria sua apuração em quatro alvos que operaram com criptoativos.

Tratava-se do empresário José Eduardo Froes e das empresas OWS Brasil Intermediações, ZM Consultoria Gestão e Makes Exchange Serviços Digitais Ltda. Os principais bancos investigados foram Master, Genial, Travelex, Haitong e Santander.

As condutas estão descritas em uma representação de 442 páginas da Delecor enviada ao juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que, em uma decisão de 105 páginas, concedeu as medidas cautelares requisitadas pela PF contra os bancos.

O Genial afirmou que “colaborou integralmente com as autoridades competentes, atendendo a todas as solicitações de informações feitas no âmbito da Operação Colossus”. O banco informou que “sempre manteve uma postura de total transparência e forneceu toda a documentação pedida pelos órgãos responsáveis”.

O Banco Master informou que colabora de forma permanente com as autoridades competentes, fornecendo todas as informações solicitadas por autarquias e órgãos de fiscalização, dentro dos prazos e dos parâmetros legais. “As operações de câmbio realizadas em 2019 seguiram rigorosamente as normas vigentes à época.”

O Banco Travelex afirmou não reconhecer qualquer fundamento nas informações da PF. “A instituição atua em estrita conformidade com a legislação brasileira e adota controles internos rigorosos.”

O Santander afirmou que hoje não é investigado ou acusado no âmbito da operação, “porque cumpre integralmente a legislação e as normas aplicáveis ao tema, bem como atua em conformidade com as boas práticas internacionais para a prevenção de crimes financeiros”. A instituição informou que segue “à disposição das autoridades competentes para, conforme o caso, colaborar com as investigações”.

Travelex

O Travelex firmou 1.538 contratos de câmbio com a ZM Consultoria, no valor de mais de R$ 1 bilhão, e não encaminhou à PF até o momento da deflagração da operação – em setembro de 2022 – nenhum contrato nem a documentação suporte para as operações. Firmou ainda mais 3,3 mil contratos de câmbio com a OWS Brasil, no valor de mais de R$ 1,7 bilhão, cuja documentação suporte também não foi enviada à Delecor.

Por fim, assinou mais de 543 contratos de câmbio com a Makes Exchange, totalizando R$ 1 bilhão sem também prestar contas à PF sobre a documentação. Ao todo, o banco movimentou R$ 4,04 bilhões dos quatro principais investigados. “Há nos autos fortes indícios de que o banco tinha ciência das atividades ilícitas de alguns de seus clientes.”

Genial

Outro banco investigado na operação era o Genial. Ele fez 327 contratos de câmbio com Froes no valor de R$ 855,8 milhões e 711 com a OWS Brasil Intermediação Ltda, no valor de R$ 1,554 bilhão. O banco também não havia encaminhado a documentação suporte de nenhum desses contratos à Delecor. E assinou mais de 1,3 mil contratos de câmbio com a Makes Exchange, totalizando mais de R$ 2,5 bilhões. Só com os quatro principais investigados, o Genial movimentou R$ 4,9 bilhões.

Santander

De acordo com a investigação, Froes fez 462 contratos com o Santander no valor de R$ 162 milhões. O banco encaminhou à PF parcialmente os documentos que dariam suporte às operações. A delegacia recebeu 411 contratos, restando 51 sem a documentação requisitada. As operações eram registradas como remessa de recursos para aumento de capital social da empresa, mas, na verdade, serviriam para a compra de criptoativos.

“Há indícios de que o Santander tinha ciência de que o real motivo da remessa dos valores para o exterior era a aquisição de criptoativos e não o aumento de capital social, como declarado”, concluiu a PF.

Master

Sobre o Banco Master, a PF apurou que ele firmara mais de 3,2 mil contratos de câmbio com o grupo Froes, no valor de R$ 2,07 bilhões, e encaminhou à PF até a véspera da operação somente 15 atas de aumento de capital social como documentação de suporte para as operações de câmbio.

Elas não faziam referência aos contratos aos quais deviam estar vinculados, o que tornava impossível auditá-las. A Delecor concluiu que “a realização de operações de câmbio sem a documentação suporte respectiva indicaria a prática de crime de evasão de divisas”, além de “eventual prática de gestão temerária”. Ao todo, o banco fechou contratos de câmbio de US$ 245,2 milhões com os acusados.

Haitong Brasil

Por fim, os federais detalham a suposta participação no caso de um banco chinês. Trata-se do Haitong. O caso do banco é considerado um pouco diferente pela PF. Isso porque ele fez 534 contratos com o grupo Froes no valor de R$ 1,6 bilhão e encaminhou grande quantidade de documentos à Delecor. Fez ainda 312 contratos com a ZM Consultoria, no valor de mais de R$ 600 milhões e também enviou contratos de suporte. Mas os contratos apresentavam falhas graves de conformidade, segundo a PF. (Com informações de O Estado de S. Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Comissão da Câmara dos Deputados aprova urgência para acelerar projeto de lei que eleva taxação das empresas de apostas
Senado aprova projeto de lei que garante gratuidade de bagagem de mão em voos nacionais e internacionais
https://www.osul.com.br/os-cinco-bancos-investigados-pela-policia-federal-por-envolvimento-em-esquema-bilionario-e-lavagem-de-dinheiro-movimentaram-r134-bilhoes/ Os cinco bancos investigados pela Polícia Federal por envolvimento em esquema bilionário e lavagem de dinheiro movimentaram R$13,4 bilhões 2025-10-22
Deixe seu comentário
Pode te interessar