Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de novembro de 2019
Os Estados Unidos comunicaram formalmente nesta segunda-feira (4) a ONU (Organização das Nações Unidas) sobre sua saída do Acordo de Paris, decidida pelo presidente Donald Trump em 2017, anunciou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
Esta etapa-chave, que não poderia ter ocorrido antes devido a uma cláusula contida no texto, inicia um período de um ano para que Washington possa efetivamente concretizar sua saída.
“Hoje, os Estados Unidos iniciam o processo de saída dos acordos de Paris. Conforme os termos do acordo, os Estados Unidos submeteram uma notificação formal de sua retirada às Nações Unidas. A saída será efetiva um ano depois da notificação”, destacou Pompeo em um comunicado.
A saída ocorrerá após 4 de novembro de 2020, o dia seguinte da eleição presidencial norte-americana, na qual Trump disputará um segundo mandato.
Pompeo invocou novamente “a injusta carga econômica imposta aos trabalhadores, corporações e contribuintes americanos pelos compromissos assumidos pelos Estados Unidos em virtude do acordo”.
Ao apresentar os Estados Unidos como um bom aluno na luta contra as emissões de gases de efeito estufa, prometeu que Washington continuaria “propondo um modelo realista e pragmático nas negociações internacionais sobre o clima”.
“Continuaremos trabalhando com nossos sociointernacionais para criar resiliência aos impactos da mudança climática”, disse Pompeo.
“Como no passado, os Estados Unidos continuarão promovendo a pesquisa, a inovação e o crescimento econômico enquanto reduz as emissões e se comunica com (seus) amigos e sócios no mundo todo”, apontou.
Anúncio dois anos atrás
O presidente do país, Donald Trump, anunciou em junho de 2017 a saída do pacto. Ele disse que negociaria um retorno ao acordo climático em termos “mais justos para os EUA”. Segundo Trump, o documento traz desvantagens para o país e beneficia outras nações.
“Para cumprir o meu dever solene de proteger os Estados Unidos e os seus cidadãos, os Estados Unidos vão se retirar do acordo climático de Paris, mas iniciam as negociações para voltar a entrar no acordo de Paris ou em uma transação inteiramente nova em termos justos para os Estados Unidos, suas empresas, seus trabalhadores, suas pessoas, seus contribuintes “, disse Trump, em coletiva em 1º de junho de 2017.
O Acordo de Paris, assinado em dezembro de 2015, criou metas para que os países consigam manter o aquecimento global abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC. Os países ricos devem garantir um financiamento de US$ 100 bilhões por ano, e os compromissos deverão ser revistos a cada 5 anos. Ou seja, em 2020 haverá uma nova reunião-chave internacional para calibrar as metas e garantir uma melhor preservação do planeta.