Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de agosto de 2019
Fadiga intensa que costuma ser desproporcional ao esforço físico realizado e alterações de sensibilidade são queixas frequentes de quem tem essa doença. Estas são situações difíceis de compreender que ocorrem no início da doença chamada esclerose múltipla (EM), muitas vezes como primeira manifestação, que sem causa aparente pode se manifestar subitamente com sintomas de natureza variada.
É uma doença auto-imune, crônica e inflamatória, que afeta o sistema nervoso central principalmente de pessoas jovens, ao contrário da esclerose lateral amiotrófica, outra doença neurológica que geralmente se inicia em torno dos 60 anos de idade.
Por que a esclerose múltipla aparece?
Chamamos uma doença de autoimune quando o sistema imunológico do próprio organismo ou sistema de defesa não tem a capacidade de diferenciar as células do próprio corpo com e estranhas e as agride. É o caso da esclerose múltipla, onde essa agressão causada pelo sistema imunológico destrói a barreira protetora do neurônio, denominada bainha de mielina, removendo a capacidade de comunicação entre as células nervosas do cérebro e da medula espinhal.
É possível que exista uma predisposição genética para esta doença, mas fatores ambientais como a falta de exposição ao sol e infecções virais possam contribuir para o seu aparecimento. A falta do sol faz com que a vitamina D se mantenha em níveis muito baixos o que alteraria o sistema imune. Do mesmo modo, a infecção viral (principalmente pelo vírus Epstein-Barr, que é o causador de mononucleose infecciosa) também pode alterar a maneira de agir do sistema de defesa, fazendo com que ele passe a combater estruturas do sistema nervoso central.
Quem essa doença acomete?
Ao contrário do que se imagina, a esclerose múltipla atinge principalmente jovens, a maioria entre 20 e 40 anos, na proporção de três mulheres para cada homem.
No Brasil, estima-se que existam 40.000 casos da doença conforme a ultima atualização da MSIF (sigla inglesa para Federação Internacional de Esclerose Múltipla) e OMS (Organização Mundial da Saúde). Acredita-se que existam atualmente cerca de 2,5 milhões de pessoas com esclerose múltipla no mundo.
Quanto à predisposição, já foram identificados alguns genes que regulam o sistema imunológico e é sabido que filhos de pais com EM têm chance pouco maior do que a população geral de desenvolver a doença –de 2 a 3% apenas, mas pode chegar a 20% se ambos os pais têm EM. Apesar de não ser fatal, o paciente irá apresentar a doença por toda sua vida, mas é possível manter a qualidade por muitos anos.
Sintomas da esclerose múltipla
Os sintomas da esclerose múltipla costumam ser variados e comuns a outras doenças. Daí a importância do preparo e da atenção dos médicos de diversas especialidades para reconhecerem o problema. Por exemplo, as alterações visuais são muitas vezes a primeira manifestação e o oftalmologista deve estar atento e encaminhar o paciente ao neurologista.
Tamanha pode ser a dificuldade do diagnóstico, que a MSIF para chamar a atenção sobre essa doença criou o Dia Mundial de Conscientização da Esclerose Múltipla, tendo sido escolhido a última quarta-feira do mês de maio.
O objetivo é destacar para os sintomas chamados de “invisíveis” da esclerose múltipla bem como o seu impacto na qualidade de vida, integrando pessoas portadoras em todo o mundo.
Dentre os sintomas mais comuns estão:
Fadiga, relatada como intensa e desproporcional ao esforço físico, sobretudo em temperaturas mais altas; Sensibilidade ao frio e ao calor: ambos ocorrem com bastante frequência na EM. Importante lembrar que outras doenças como a fibromialgia também aumentam a sensibilidade ao frio; Alterações na fala, que se torna arrastada ou tremula; Disfagia, dificuldade para engolir; Alterações no equilíbrio e instabilidade para caminhar; Alterações cognitivas, principalmente da memória; Rigidez dos membros, principalmente inferiores com sensações de formigamento, queimação e sensibilidade (inclusive a chamada Nevralgia do Trigemio pode ter como causa a EM); Transtornos visuais como visão dupla ou embaçada; A doença também pode desencadear quadros de depressão, ansiedade e irritabilidade.
No entanto, essas manifestações só são consideradas sintomas se perdurarem por mais de 24 horas seguidas.