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Saúde Pandemia gera ansiedade pós-lockdown por medo de reabertura

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Pensamentos suicidas aumentaram de 8% para 13% entre abril de 2020 e fevereiro de 2021. (Foto: Reprodução)

Os efeitos de longo prazo da pandemia ainda não são conhecidos, mas pesquisadores se preocupam sobre como os comportamentos desenvolvidos durante o lockdown – hábitos de higiene compulsivos, medo de espaços públicos, verificação constante de sintomas de covid e ansiedade – tornem difícil para algumas pessoas lidarem com a reabertura.

Um estudo recente realizado pela instituição Anxiety UK revelou que a proporção de pessoas que desejam retomar uma vida normal e aquelas que preferem ficar em casa é praticamente a mesma: 36%.

A MHF, ou Mental Health Foundation (Fundação de Saúde Mental), que tem conduzido um estudo nacional sobre o impacto da pandemia na Grã-Bretanha, descobriu que durante o terceiro bloqueio do país, que começou em janeiro, menos pessoas se sentiram ansiosas, mas mais relataram sentir-se solitárias e oprimidas pelo estresse do ano anterior.

Catherine Seymour, chefe de pesquisa da fundação, disse à CNN que certos grupos são particularmente preocupantes, incluindo jovens, indivíduos desempregados, pais solteiros e pessoas com problemas de saúde mental pré-existentes e deficiências, que relataram sentir-se significativamente mais angustiados, em comparação com os britânicos adultos em geral.

E este é o recorte geracional que mais preocupa os pesquisadores do MHF. Em março, as taxas de solidão, desesperança, depressão e sentimentos suicidas em pessoas mais jovens, especialmente estudantes, atingiram seus níveis mais altos.

O relatório afirma que os pensamentos suicidas aumentaram de 8% para 13% entre abril de 2020 e fevereiro de 2021 nessa faixa etária mais jovem.

Uma nova pesquisa do MHF e da Swansea University descobriu que, com a flexibilização do bloqueio, a saúde mental dos jovens melhorou. No entanto, a ansiedade e a solidão são duradouras.

Essas descobertas vêm de outra fase do estudo inicial, um dos poucos estudos nacionais que enfocou pessoas mais jovens, especificamente adolescentes, sobre suas experiências com a pandemia. Ao todo, 2.349 adolescentes britânicos com idades entre 13 e 19 anos foram pesquisados ​​pelo MHF e YouGov entre maio e junho deste ano.

O pessimismo em relação às perspectivas era uma preocupação especial para os jovens. Um estudo do Instituto de Estudos Fiscais indicou que isso pode afetar as chances dos jovens de melhorar sua situação financeira.

Nos resultados mais recentes, o MHF descobriu que o pessimismo caiu de 65% dos participantes que relataram a crença de que seu futuro seria “muito” ou “um pouco” pior, para 57% dos entrevistados na última pesquisa.

Ainda que melhorias sejam muito encorajadoras, a solidão, infelizmente, parece ter permanecido uma constante para os adolescentes durante a pandemia. Isso pode sugerir que longos períodos de fechamento de escolas e eventos sociais prejudicados pela pandemia significaram que as relações interpessoais de muitos jovens e a confiança nos cenários sociais foram afetadas a longo prazo.

Outro indicador de que os adolescentes ainda estão sentido esses efeitos são os índices de ansiedade. 43% dos entrevistados relataram estar preocupados com outro bloqueio, enquanto quase 40% disseram estar preocupados que a pandemia pudesse afetar sua saúde mental.

Sobre as taxas persistentes de ansiedade, a professora Ann John, da Swansea University, disse ao Mental Health Today:

As grandes influências na saúde mental dos adolescentes são viver em adversidade econômica e ter problemas de saúde física e mental pré-existentes e deficiências. E, especificamente, aquele momento no final da adolescência de rápidas mudanças sociais e emocionais e transições de vida. São os adolescentes nesses grupos que parecem ter menos probabilidade de se recuperar dos efeitos da pandemia.

A solução para isso, diz Ann John, é uma política governamental rápida e “iniciativas práticas”, como aumento dos serviços de saúde mental, treinamento profissionalizante, oportunidades de educação, apoio financeiro e moradias mais acessíveis.

Ao refletir sobre esta nova pesquisa, a executiva-chefe da MQ Mental Health Research, Lea Milligan, ecoou esses sentimentos, dizendo: “As melhorias no bem-estar que os jovens relatam por conta própria por meio desta pesquisa são um primeiro passo bem-vindo para a recuperação. Se quisermos realmente garantir a saúde futura da geração covid, muito mais precisa ser feito.”

Brasileiros

Em 2017, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) já apontava o Brasil como o País com a maior prevalência de transtornos de ansiedade em todo o continente americano. Por aqui, o problema afetava 9,3% da população, que representa 18,6 milhões de pessoas. Já transtornos depressivos foram relatados por 5,8% dos entrevistados, um total de 11,5 milhões pessoas.

Segundo pesquisa feita pelo instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial e cedida à BBC News Brasil, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano.

Ainda não temos estudos nacionais publicados sobre o efeito na saúde mental dos adolescentes ou sobre os receios relacionados à reabertura. Mas parece que não será fácil para muitos de nós.

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