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Brasil Para cientista político, eleição em 2022 voltará à política tradicional e à “normalidade”

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Próximo pleito deve ter mais articulação e discurso pragmático do que debate ideológico e radicalismo, apontou Antonio Lavareda. (Foto: Reprodução/YouTube)

Com a antipolítica fora de cena e o fortalecimento da centro-direita nas urnas nestas eleições municipais, a disputa presidencial de 2022 deve voltar à “normalidade” e à política tradicional. Na análise do cientista político Antonio Lavareda, as próximas eleições devem deixar em segundo plano os debates ideológicos e o radicalismo para dar espaço às articulações políticas e aos discursos programáticos.

Ao avaliar os resultados das eleições municipais deste ano, Lavareda destacou o peso que a pandemia de covid-19 teve nesta disputa municipal, com a eleição de políticos com experiência administrativa já testada, e afirmou que o legado a ser deixado para 2022 é “exatamente a volta à normalidade”. “A eleição voltará ao leito político”, afirmou.

As eleições de 2018, com a vitória do discurso antipolítica consagrado pelo presidente Jair Bolsonaro, foram um ponto fora da curva, avaliou Lavareda. Para o cientista político, na próxima disputa eleitoral os candidatos deverão “competir com os trajes da política”. As candidaturas deverão voltar à política tradicional, com a costura de alianças e coligações, a participação de prefeitos e parlamentares como cabos eleitorais e a busca de apoio político nos Estados pelos presidenciáveis.

Lavareda disse que esse cenário projetado para 2022 não significa necessariamente que a eventual reeleição de Bolsonaro estará comprometida. No entanto, o cientista político pondera que o presidente terá que moldar e moderar seu discurso, sobretudo se fizer uma composição política com partidos de centro-direita.

Segundo Lavareda, seria um “Bolsonaro em modelo pós-Trump”, em referência ao presidente americano, Donald Trump, derrotado nas eleições deste ano, depois de manter um discurso anti-ciência para combater a pandemia e de fomentar o radicalismo político. “[Bolsonaro] não poderá adotar uma retórica tão radical quanto a que exercitou em 2018”, afirmou.

Peso da pandemia

Se as eleições tiveram uma grande marca, foi a da pandemia, destacou Lavareda. E foi o debate sobre a covid-19 que fez o eleitorado deixar para trás o discurso radical que marcou a disputa de 2018 – mas que vem desde as eleições presidenciais de 2014, quando Dilma Rousseff foi reeleita presidente.

“A pandemia substituiu a pauta emocional da sociedade. Não é mais o tumulto, a indignação, exaltação. O vírus nos impôs medo e empatia, uma taxa maior de solidariedade”, disse, reforçando que os debates apaixonados e polarizados se arrefeceram.

“O vírus e o temor fizeram com que a discussão fosse mais objetivada. Jogou luz sobre o desempenho dos prefeitos, que na maior parte responderam a essa expectativa”, afirmou o cientista político.

A crise sanitária, reforçou, deixou de lado a polarização incentivada por Bolsonaro e “produziu uma eleição como mantenedora”, com a reeleição no primeiro turno de 63% dos prefeitos que disputaram um novo mandato.

Direita tradicional

Em relação às eleições de 2018, a direita continuou vitoriosa, mas quem tomou as rédeas nesta disputa municipal foram os políticos da direita tradicional. No balanço geral do resultado do primeiro turno, Lavareda disse que a esquerda perdeu 335 prefeituras e o centro perdeu 553, enquanto a direita ganhou em 755 cidades. Os grandes vitoriosos foram DEM, PP e PSD. No entanto, o cientista político afirmou que é preciso olhar o tamanho do eleitorado governado por cada um desses partidos.

Mais da metade das prefeituras do DEM são em pequenos municípios. No chamado G-95, grupo que reúne as cidades com mais de 200 mil eleitores, que podem ter segundo turno, a esquerda mostrou-se mais competitiva do que nas eleições de 2016.

O fortalecimento dos partidos da direita tradicional nestas eleições deve ter um impacto direto nas eleições de 2022, com o crescimento das bancadas dessas legendas no Congresso. Se conseguirem construir uma coligação para disputar a Presidência e os governos estaduais, poderão ter candidatos competitivos, considerou.

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