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Brasil Para especialista, Rodrigo Maia se fortalece com o resultado das eleições municipais

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Consultor do Diap acredita que vitória do Centrão é derrota bolsonarista. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O resultado das eleições municipais consolida o Centrão como força hegemônica no Congresso, mas quem vencer a disputa interna pelo controle do bloco deverá eleger o futuro presidente da Câmara. No atual cenário, o candidato apoiado pelo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) desponta como favorito, numa conjuntura de fortalecimento eleitoral do DEM e encolhimento do bolsonarismo.

Em paralelo, os partidos menores pressionarão pela volta das coligações proporcionais em 2022, e isso pode entrar como moeda de troca na corrida sucessória: 15 partidos, incluindo Novo, Rede, PCdoB e Psol, não atingiriam a cláusula de desempenho, se a meta vigorasse no pleito atual.

“O resultado [do segundo turno] consolida o que já estava posto”, a vitória eleitoral do Centrão, disse Antônio Augusto de Queiroz, analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), ao Valor. “A dúvida é quem terá maior capacidade de coordenação e negociação interna no bloco”, complementou.

Ele afirma que a vitória eleitoral do Centrão também evidencia a derrota do bolsonarismo, e da opção do eleitor por uma agenda conservadora. Ele observa que o resultado final atesta a escolha dos eleitores pela “experiência”, pela postura de “segurança e equilíbrio” representada pelos nomes de centro, em contraposição à polarização entre os extremos.

Antônio Queiroz afirma sem hesitar que na disputa pelo comando da Câmara, “vai prevalecer o grupo do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ)”. Ele argumenta que a Câmara “historicamente, tem uma tradição de independência em relação ao Executivo”. Por isso, não aceitará “que alguém colocado do lado do governo Bolsonaro possa se eleger presidente da Casa”.

Segundo Queiroz, num eventual segundo turno, todos os grupos se juntariam em torno de um candidato de perfil independente para derrotar o aliado do presidente Jair Bolsonaro. A exceção seria a disputa entre o favorito do Planalto, o líder do PP, Arthur Lira (AL), e um nome muito à esquerda. “Não seria um voto majoritário pró-Lira, mas, sim, um movimento antiesquerdista”.

O consultor político do Diap acrescenta que o desempenho eleitoral do DEM favoreceria a reeleição dos presidentes das duas Casas: Rodrigo Maia, na Câmara, e Davi Alcolumbre, no Senado.

O DEM foi a legenda que proporcionalmente mais cresceu ao eleger 71% a mais de prefeitos em relação ao pleito anterior. Além disso, a sigla se beneficiou da “visibilidade positiva” de Maia e Alcolumbre, que projetaram uma imagem de “equilíbrio” em meio à crise política e econômica.

O DEM também se projetou nacionalmente com prefeitos bem avaliados, como ACM Neto, que elegeu o sucessor em Salvador, e Rafael Greca, reeleito em Curitiba. E, ainda, com ministros com bom desempenho, como Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde). Este, apesar da ruptura com Bolsonaro, deixou o governo com a imagem de técnico competente.

No entanto, apesar dos dados positivos do DEM, Queiroz pondera que o desgaste de Rodrigo Maia, após três gestões sucessivas, impedirá a sua reeleição. “Afirmo que Maia não será candidato”.

Do grupo de Maia, ele vê o líder e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP), como o nome mais competitivo. Enfrenta a rejeição do PT, mas Queiroz está convicto de que num eventual segundo turno, os petistas respaldariam Baleia, contra um candidato de Bolsonaro.

Outra consequência das eleições é a possibilidade de projetar a composição do Congresso na próxima legislatura: com a vigência da cláusula de barreira, ele prevê apenas 14 partidos com atuação plena no Legislativo federal após a eleição de 2022.

Queiroz observa que se a eleição para vereador for usada como referência para a aplicação da cláusula de barreira, pelo menos 15 partidos seriam atingidos pela restrição: PROS, PV, Psol, PCdoB, PRTB, PTC, PMN, DC, REDE, NOVO, PMB, UP, PSTU, PCB e PCO.

A cláusula de desempenho só valerá para a eleição de 2022, e exige que os partidos alcancem 2% dos votos válidos em todo país, e elejam, no mínimo, 11 deputados, em nove Estados. Quem não atingir a meta, tem a atuação esvaziada: não tem acesso ao fundo partidário, nem direito a tempo de propaganda no rádio e na televisão.

Diante dessa conjuntura, ele acredita que esses partidos menores vão pressionar pela retomada das coligações proporcionais no próximo pleito. Ou pela aprovação de uma reforma política profunda, que permita o funcionamento das “federações partidárias”, quando os partidos se reúnem para atuar juntos durante o mandato.

Ele acredita que essa negociação poderá entrar como “moeda de troca” na sucessão de Maia e Alcolumbre. Os partidos prejudicados vão tentar compensar o risco da perda futura, porque se não atingirem a cláusula de desempenho, ficarão asfixiados no Congresso.

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