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Ciência Para compreender melhor por que uma pessoa pode se tornar violenta após consumir bebida alcoólica, pesquisadores recorreram à ressonância magnética

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A ingestão de álcool é recorrentemente relacionada a comportamentos agressivos. (Foto: Reprodução)

A ingestão de álcool é recorrentemente relacionada a comportamentos agressivos. Para compreender melhor por que uma pessoa pode se tornar violenta após consumir bebida alcoólica, pesquisadores recorreram à ressonância magnética para medir o fluxo sanguíneo no cérebro nesse tipo de situação. Após a ingestão de apenas dois drinques, os cientistas puderam notar, a partir das imagens analisadas durante o experimento, mudanças no funcionamento do córtex pré-frontal, área relacionada ao planejamento de comportamentos e pensamentos complexos, expressão da personalidade, tomada de decisões e comportamento social. Essa região do cérebro está envolvida no aumento do nível de agressividade das pessoas. As informações são do jornal O Globo.

O estudo foi liderado por Thomas Denson, pesquisador da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, e foi publicado no jornal científico “Cognitive, Affective, & Behavioral Neuroscience”, publicação oficial da Psychonomic Society.

As evidências trazidas pela pesquisa corroboram diversas teorias desenvolvidas nas últimas décadas. De acordo com elas, a explicação para nos tornarmos violentos após a ingestão de bebidas alcoólicas estaria em uma alteração no funcionamento do córtex pré-frontal. No entanto, a ausência de imagens neurais dificultava o embasamento dessa prerrogativa. Ainda faltava saber quais outras regiões do cérebro seriam impactadas pelo uso do álcool.

Para realizar o estudo, Denson e sua equipe contaram com a participação de 50 rapazes jovens e saudáveis. Destes, 23 receberam dois drinques contendo vodca. Os outros 27 ganharam doses de placebo, ou seja, bebidas sem nenhum teor alcoólico.

Os jovens, com idades entre 18 e 30 anos, foram convocados para participar da adaptação de uma atividade chamada “Paradigma de agressividade de Taylor” (em tradução livre), em que, a partir de uma competição, aquele que vence pode escolher como “punir” o seu oponente. Esta é uma tarefa que vem sendo utilizada regularmente nos últimos 50 anos para observar níveis de agressividade em resposta a provocações. Durante a atividade, os participantes foram monitorados por ressonância magnética.

Os cientistas puderam então examinar que regiões cerebrais eram ativadas quando os voluntários realizavam a tarefa proposta e no momento em que se comportavam de forma mais agressiva. O experimento com ressonância magnética ainda permitiu aos pesquisadores comparar a diferença entre as imagens de participantes que haviam consumido álcool com aqueles que tinham ingerido doses de bebida sem teor alcoólico.

Efeito

Os cientistas dizem ter chegado a alguns resultados importantes. O primeiro deles é que o álcool reduziria a ativação do córtex pré-frontal e dos sistemas límbico e de recompensa, o que poderia ter relação com o comportamento agressivo. O segundo aponta que o álcool pode moderar a relação entre o córtex pré-frontal e a agressividade.

Outro ponto levantado pela pesquisa indica que as respostas neurais dos participantes não foram influenciadas por provocações feitas durante a experiência. Ainda assim, quando os participantes se comportavam de modo agressivo, havia uma depressão, entre aqueles que haviam consumido bebida alcoólica, na atividade do córtex pré-frontal. Esse efeito “amortecedor” também foi visto nas áreas do cérebro que estão envolvidas no sistema de recompensa. Além disso, uma atividade aumentada também foi notada no hipocampo, a parte do cérebro associada à memória.

“Embora tenha havido um efeito geral de amortecimento no córtex pré-frontal, mesmo com uma dose baixa de álcool, observamos uma relação significativa entre a atividade dessa área do cérebro e a agressividade relacionada ao consumo de álcool”, explicou Denson. “Essa região pode ser responsável por diferentes comportamentos, dependendo se a pessoa está sóbria ou alcoolizada.”

De acordo com pesquisadores, os resultados são consistentes diante de um grande material que já existe sobre base neural de agressividade e sobre como as regiões do cérebro são acionadas pelas mudanças no córtex pré-frontal, no sistema límbico e em regiões ligadas ao sistema de recompensa.

“Nós incentivamos investigações futuras em maior escala sobre a relação neural entre agressividade ligada ao álcool e a ingestão de doses de álcool mais fortes. Isso poderia, eventualmente, reduzir substancialmente os danos relacionados ao consumo de bebidas”, acrescentou o pesquisador.

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