Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2017
Em clima de campanha na manhã desse sábado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou o cenário político e demonstrou pessimismo ao tratar da possibilidade de o presidente Michel Temer deixar o governo por meio de impeachment. Para Lula, o processo de afastamento de Temer levaria mais tempo do que o da ex-presidente Dilma Rousseff. “O impeachment da Dilma levou oito meses com mais da metade do Congresso a favor. Se tivesse metade do Congresso hoje, demoraria muito mais”, disse o ex-presidente.
É a primeira vez que Lula se pronuncia publicamente após o escândalo das delações da JBS, revelado pelo colunista do jornal Globo Lauro Jardim. A reportagem mostrou gravações em que Temer dá aval para a empresa JBS comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha na cadeia.
Ao discursar, o ex-presidente defendeu eleições diretas e disse que, como candidato a presidente, estará na “trincheira” para defender o povo das reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer, durante a posse da nova diretoria do diretório do PT de São Bernardo do Campo.
Lula ponderou que sua candidatura dependerá do partido, da construção de alianças e até da Justiça. Em tom raivoso, disse que o clima de ódio e a sucessão de denúncias de corrupção de que tem sido alvo o fez querer “brigar” e disputar a eleição. Lula ainda ironizou as investigações em que é réu na Operação Lava-Jato.
— Ainda tem muita briga para a gente fazer. Eu imaginava que não seria mais candidato a nada, mas com essa provocação, eu sou o único babaca que tenho dinheiro no mundo inteiro e nada está no meu nome. Isso me dá vontade de disputar a eleição”, afirmou.