Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de outubro de 2015
Os parlamentares brasileiros têm posição menos conservadora do que a população que os elegeu em relação a temas comportamentais como homossexualidade e migração. Sobre a economia, porém, deputados e senadores têm visão à direita dos brasileiros. As conclusões fazem parte de pesquisa Datafolha feita com 289 deputados federais e 51 senadores, que comparou dados de outro levantamento do instituto realizado em setembro do ano passado com a população, sobre os mesmos temas.
Somados aspectos comportamentais e econômicos, Congresso e eleitorado se assemelham: 47% dos parlamentares se identificam como de direita ou centro-direita – entre a população, são 45%. A diferença surge com a separação das áreas. Nas questões de comportamento, 55% dos brasileiros são de direita, mas só 17% dos parlamentares seguem mesma linha. Já na economia, a situação se inverte e 46% dos deputados e senadores estão à direita, contra 30% dos eleitores.
Os contrastes mais significativos de posição aparecem quanto à criminalidade: 74% dos congressistas acreditam que a principal causa do problema seja “a falta de oportunidades iguais para todos”. Entre os brasileiros, só 36% concordam com isso – para a maioria, 60%, a maior causa é “a maldade das pessoas”, raciocínio endossado por 17% dos congressistas.
A pena de morte também separa representantes e representados: 86% dos parlamentares defendem que “não cabe à Justiça matar uma pessoa, mesmo que ela tenha cometido um erro grave”, opinião de 52% da população. Dentre os que são declaradamente a favor da medida, há 43% da população e só 8% dos políticos.
Em relação a crimes cometidos por adolescentes, outra oposição: para a maioria dos congressistas (55%) esses jovens “devem ser reeducados”. Dentre a população, o índice é de 22%; 76% das pessoas acreditam que os adolescentes “devem ser punidos como adultos” – frase endossada por 38% dos parlamentares. O Datafolha submeteu o questionário aos parlamentares entre 15 de setembro e 9 de outubro, por telefone ou pela internet – as respostas foram dadas sob anonimato. Os resultados foram ponderados segundo a proporção de bancadas no Congresso, e a margem de erro é de três pontos percentuais. (Folhapress)