Quarta-feira, 24 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2020
Novos números do Datafolha, publicados na edição do sábado (15) do jornal Folha de S.Paulo, mostram que os brasileiros estão divididos em relação à responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia. O Datafolha perguntou: “O Brasil passou de 100 mil mortes causadas pelo coronavírus. Na sua opinião, o presidente Jair Bolsonaro é o principal culpado por esse número de mortes?” A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Para 47%, o presidente não tem culpa; 41% disseram que é um dos culpados, mas não o principal; 11% consideraram o presidente o principal culpado; e 2% não souberam responder. O Datafolha também perguntou sobre a responsabilidade do presidente pelo avanço do coronavírus.
No fim de maio, 45% consideravam que o presidente Bolsonaro não era o responsável. Agora, o índice subiu para 49%; 33% consideravam o presidente muito responsável. O índice se manteve; 20% diziam que Bolsonaro era um pouco responsável. Esse número caiu e agora são 16%; 3% não opinaram na primeira pesquisa. Agora, 2%. O Datafolha também perguntou sobre a responsabilidade do governador de cada entrevistado pelo avanço do coronavírus no Brasil.
No fim de maio, 58% consideravam que o governador não era o responsável. Agora, o índice caiu para 55%; 19% consideravam o governador muito responsável. O índice subiu para 24%; 20% diziam que o governador era um pouco responsável. Esse número oscilou para 18%; 3% não opinaram nas duas pesquisas.
O Datafolha perguntou ainda se o Brasil fez o que era necessário para evitar as mais de 100 mil mortes no país. No fim de junho, 54% disseram que o país não fez o que era necessário. Agora, o índice caiu para 49%; 23% afirmaram que o Brasil fez o necessário, na primeira pesquisa. Agora, foram 24%; 19% disseram em junho que nada que o país fizesse evitaria as 100 mil mortes. O índice subiu para 22% na última pesquisa; 5% não responderam em junho e agora, 6%.
O instituto fez ainda a seguinte pergunta: “Você pode dizer o nome do atual ministro interino da Saúde?” Oitenta e oito por cento não souberam responder; 10% responderam corretamente: Eduardo Pazuello; e 2% disseram outro nome. O Datafolha entrevistou por telefone 2.065 pessoas na terça (11) e na quarta-feira (12).
Críticas
Luiz Henrique Mandetta , ex-ministro da Saúde, fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro , em entrevista ao jornal britânico The Guardian, um dos mais importantes do mundo. Na reportagem, Mandetta acusou Bolsonaro de levar os brasileiros a um “abismo mortal” por causa de seu egoísmo e sua posição anticientífica.
“É interessante como ele rejeita totalmente a ciência e desdenha de todos que falam de ciência. Ainda assim, quando houver alguma perspectiva de vacina, ele vai ser o primeiro a bater à porta da ciência. Como se uma vacina fosse redimi-lo de sua marcha titubeante através da pandemia”, afirmou o ex-ministro, que foi demitido em abril após uma série de desentendimentos com o presidente. Para Mandetta, Bolsonaro faz política com a morte de milhares de brasileiros.