Segunda-feira, 07 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2024
A Petrobras se juntou a empresas como Toyota, Microsoft e Nestlé e retornou ao top 20 de empresas que mais pagaram dividendos no segundo trimestre de 2024, aponta levantamento da consultoria Janus Henderson. A petrolífera já chegou a liderar a lista no segundo trimestre de 2022, quando distribuiu R$ 87,8 bilhões aos investidores, mas não apareceu na tabela do ano passado.
No segundo trimestre deste ano, o HSBC foi, segundo levantamento da Janus Henderson, o maior distribuidor de dividendos do mundo. A Petrobras ficou em 13º lugar, à frente de empresas como a Apple, L’Oréal e LVMH (holding da Louis Vuitton). No período de abril a junho de 2024, a Petrobras distribuiu cerca de R$ 2,89 por ação preferencial e ordinária, referentes ao exercício de 2023 e aos dividendos extraordinários. No total, os valores aprovados para distribuição aos acionistas somaram R$ 94,3 bilhões.
Lista de maiores pagadoras de dividendos no segundo trimestre de 2024:
* HSBC
* Nestlé
* China Mobile
* Mercedes-Benz Group
* Allianz
* BNP Paribas
* Microsoft
* Stellantis
* Sanofi
* AXA
* Toyota
* Rio Tinto
* Petrobras
* Zurich Insurance Group
* Tencent
* Deutsche Telekom
* LVMH
* BMW
* Apple
* L’Oréal
A consultoria também mostrou que as empresas de petróleo e gás impulsionaram os dividendos nos mercados emergentes no segundo trimestre — lideradas pela Petrobras —, resultando em um aumento de 18,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o aumento nos dividendos globais foi de 8,2%, totalizando um recorde de US$ 606,1 bilhões.
Nos resultados referentes a abril, maio e junho, a estatal brasileira teve prejuízo de R$ 2,6 bilhões — primeira perda trimestral desde o terceiro trimestre de 2020. De acordo com a empresa, o balanço financeiro foi afetado por um acordo bilionário entre a Petrobras e o governo, com objetivo de encerrar litígios tributários envolvendo o afretamento de embarcações e plataformas. A variação cambial e desvalorização do real frente ao dólar na segunda metade do primeiro semestre também impactou os resultados.
Frederico Nobre, líder da área de análise de ações na Warren, explica que o dividendo da Petrobras é referente a um valor parcial do fluxo de caixa livre, resultado do que é geral pelas operações da empresa menos o que é investido.
Ou seja, quanto mais e mais rápido a Petrobras investe, em tese menos dividendos ela paga.
Como a estatal tem investido menos do que está no plano estratégico, isso acaba sendo positivo sob a perspectiva de pagamento de dividendos extraordinários, explica o especialista, que também lembra que o mercado já aderiu a uma probabilidade maior de pagamentos de dividendos extraordinários neste ano e para o próximo.
A Janus Henderson analisa e divulga a cada três meses os dividendos pagos pelas 1.200 maiores empresas do mundo, de acordo com a capitalização de mercado.
Para Ben Lofthouse, chefe de renda de ações globais, e Jane Shoemake, gerente de portfólio de clientes, as expectativas já eram otimistas para o segundo trimestre de 2024, mas o cenário foi ainda melhor do que o esperado, principalmente pelas empresas da Europa, EUA, Canadá e Japão.
Os especialistas observaram que as economias suportaram bem o fardo das taxas de juros mais altas no mundo e dizem que a inflação desacelerou, enquanto o crescimento econômico foi mais forte do que o previsto.
Este cenário benigno tem sido especialmente positivo para o setor bancário, que está desfrutando de fortes margens e imparidades de crédito limitadas, reforçando os lucros e gerando mais dividendos.
Isso ajudou o índice de dividendos global a registrar um recorde histórico de US$ 606,1 bilhões, uma alta de 5,8% em comparação com o ano anterior. Esse aumento pode ser explicado também pelo início do pagamento de dividendos das gigantes do setor de tecnologia Meta e Alphabet.
No geral, 92% das empresas aumentaram os dividendos ou conseguiram manter eles em níveis estáveis.