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Geral Plano do novo governo dos Estados Unidos é o mais progressista em décadas, mas pode enfrentar obstáculos no Congresso

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O governo de Joe Biden começará sob pressão, afirmam analistas. (Foto: Reprodução/Twitter)

O governo de Joe Biden começará sob pressão, afirmam analistas. E não apenas pela aguerrida disputa com Donald Trump. A lista de “prioridades” para os seus primeiros cem dias de administração é extensa como poucas vezes vista, o que indica expectativas altas e possibilidade de embates entre forças esquerdistas e centristas dentro do Partido Democrata.

Biden pode fazer o governo mais progressista da História dos Estados Unidos, mesmo sendo um político centrista, mas para isso vai depender de apoio no Congresso o que se tornará mais difícil se, como previsto, os republicanos mantiverem a maioria no Senado. Mesmo com a proverbial capacidade negociadora do político que passou 36 na Casa, não há garantia de que, em um ambiente de alta polarização, a oposição republicana estará disposta a consensos.

O programa de governo de Biden é certamente o mais progressista da História dos EUA. Se tivesse o controle do Senado e da Câmara nas mãos dos democratas, Biden poderia fazer um governo muito progressista, mais do que foi o governo Obama, onde ele atuou como vice. Não por Biden ser progressista, mas porque os tempos são outros”, afirmou Scott Mainwaring, professor da Universidade Notre Dame, em Indiana, que hoje afirma que o cenário mais provável é que os republicanos fiquem com o controle do Senado.

O professor acredita que a tentativa de desfazer o legado dos anos Trump, a necessidade de uma ação rápida para conter a pandemia e aquecer a economia, além das agendas verde, de igualdade racial e de apoio a minorias poderiam marcar seu início de governo. Caso consiga ter o Congresso ao seu lado, Biden poderá propor e fazer grandes reformas legais. Do contrário, terá que apelar para os decretos, como fez Barack Obama em seu segundo mandato, quando os republicanos conquistaram o Senado.

De toda forma, Mainwaring acredita que o governo do democrata não deverá se aventurar em temas confinados a movimentos mais à esquerda, como o corte de fundos para as polícias, bandeira que cresceu após o caso George Floyd, o homem negro asfixiado até a morte por um policial em maio. Ao mesmo tempo que tenderá a atender algumas das agendas da ala esquerda dos republicanos, pode acenar aos Republicanos moderados, talvez indicando até mesmo um membro da legenda para seu governo, o que seria um símbolo de governo de “união nacional”.

As suspeitas sobre o processo eleitoral lançadas por Donald Trump podem levar o governo a propor reformas legais para garantir o direito de voto, segue nas mãos dos estados e à mercê de manobras partidárias. Este, porém, é outro tema em que a cooperação do Senado seria necessária.

Entre as lideranças democratas, já há pedidos para que, no primeiro dia, Biden assine atos ou encaminhe projetos nas áreas ambientais, de saúde pública, de proteção aos negros e minorias LGBTQI+, de saúde, de economia e de ética no governo. Há um movimento para que a primeira medida assinada seja uma ordem para que se encontrem as famílias das 545 crianças separadas das famílias na fronteira do país e cujos pais nunca foram encontrados.

Em recente entrevista ao jornal The Washington Post, Stef Feldman, diretora de políticas da campanha de Biden, reconheceu que a demanda é alta, mas que a pandemia pode mudar tudo. Biden prometeu, na reta final da campanha, vacina gratuita contra a Covid-19 a todos os americanos:

É difícil pensar no primeiro dia de governo porque não sabemos exatamente que tipo de situação ele herdará. A prioridade será manter o vírus sob controle e aprovar uma lei de recuperação econômica”, disse ela, lembrando que não espera uma transição de governo civilizada com Trump. “O primeiro dia de governo Biden não será o mesmo que talvez tivéssemos imaginado cinco meses atrás.”

Ken Kollman, professor da Universidade do Michigan, afirma que, na campanha, Biden evitou tomar posições assertivas em temas que opõem esquerdistas e centristas dentro de seu partido. No tema da ampliação das cadeiras da Suprema Corte, por exemplo, ele disse que criará uma comissão bipartidária, com a participação dos republicanos, para debater propostas de reforma do Judiciário em geral. “O legado de Biden dependerá do grau em que ele conseguirá atingir seus objetivos sem fragmentar seu partido”, afirmou o especialista.

A própria composição de seu governo ainda é uma incógnita. Se os democratas de fato não conseguirem a maioria no Senado o que ainda depende de haver segundo turno para a eleição dos dois senadores da Geórgia , Biden poderá ter que enviar sinais aos republicanos e, como transita bem no mundo político de Washington, poderia até ter alguns republicanos moderados em seu governo. Outras especialistas acreditam que Biden poderá trazer de volta ao poder nomes com os quais trabalhou nos oito anos em que foi vice-presidente de Obama. E há a disputa interna da legenda:

O partido só se uniu para enfrentar Trump. Certamente surgirão diferenças entre os grupos, e Biden fará o possível para manter sua coalizão. Este é um desafio, teremos discussões internas. Mas Biden é muito habilidoso”, disse Michael Shifter, presidente do centro de estudos Inter-American Dialogue. As informações são do jornal O Globo.

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