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Por Redação O Sul | 27 de julho de 2015
A eleição municipal do ano que vem deve servir de cenário para o primeiro ato do processo de divórcio entre PMDB e PT. O partido do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do vice-presidente Michel Temer quer usar as disputas municipais como ensaio geral para a corrida pelo Planalto, em 2018. Por isso, deve ampliar o número de candidatos próprios. Consulta a líderes e dirigentes partidários nos Estados mostra que a expectativa é que petistas e peemedebistas se enfrentem em, pelo menos, 13 das 26 capitais. Em 2012, foram só oito duelos.
O projeto de independência do PMDB ainda levará à redução das alianças entre os dois partidos. Nas últimas eleições municipais, as siglas estiveram juntas em oito capitais; agora, devem manter a união em, no máximo, quatro. Além disso, os peemedebistas, que apoiaram quatro candidatos do PT em 2012, não têm, no quadro atual das negociações políticas, perspectiva de estar em nenhuma chapa que tenha um petista na cabeça. “As eleições municipais servirão para alicerçar o nosso projeto de concorrer competitivamente em 2018”, afirmou o ex-ministro Moreira Franco, presidente da Fundação Ulisses Guimarães, ligada ao PMDB.
O líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), falou em lançar entre 18 e 20 nomes nas capitais. Em 2012, foram 12 candidatos.
Diplomacia
No PT, a ordem é evitar polêmica com o PMDB. “Acho legítimo que o PMDB queira construir o seu caminho próprio e imagine que ter muitas candidaturas no ano que vem ajude nesse caminho para 2018”, declarou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Dentro do partido da presidenta Dilma, há quem defenda a necessidade de ampliação do número de candidaturas próprias para que o projeto político da legenda possa ser defendido neste momento de crise do governo federal. “O momento acaba fortalecendo mais o cenário de candidaturas próprias”, avaliou o secretário de organização do PT, Florisvaldo Souza, para quem o total de candidatos petistas nas capitais pode chegar a 17 – mesmo número de 2012.
O plano de independência do PMDB deve ter um efeito mais direto nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, tidos como estratégicos. (AG)