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Mundo Plataforma de Singapura é inundada de pornografia infantil e conteúdo nazista

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De acordo com o relatório, o aplicativo é utilizado majoritariamente por “predadores e agentes maliciosos” e há farto material de menores se sexualizando. (Foto: Reprodução)

“Cuidado. T@r@do”. Ao entrar na rede social Project Z, em menos de 20 segundos a plataforma o conecta a um desconhecido para conversar. Ao testar a ferramenta, se recebe o alerta de um usuário: é preciso cautela com “tarados, pervertidos e golpistas” que frequentam aquele espaço virtual.

O Project Z é a rede social para onde foram extremistas e aliciadores de menores que migraram do Discord, depois que essa plataforma endureceu a moderação, afirma a pesquisadora Michele Prado, pesquisadora do Monitor do Debate Político no Meio Digital (USP). O Ministério da Justiça informou que tem conhecimento da migração e feito “monitoramento permanente” da nova rede.

A plataforma é estruturada para o usuário conhecer novas pessoas. A interação com desconhecidos pode ser feita por texto, voz ou vídeo. Também possui salas temáticas em grupo, que são chamadas “Festas”. Com estética infantilizada, marcada por avatares de desenhos animados, o aplicativo exige idade mínima de 16 anos, mas é conhecido entre os participantes por ser frequentado por crianças e pré-adolescentes.

É nesse ambiente que são encontrados livremente conteúdos como apologia ao nazismo, racistas, venda de pornografia infantil e imagens de animais mortos ou sendo assassinados. A empresa responsável pela plataforma é a Supersymmetry, de Singapura.

Predadores

De acordo com o relatório produzido por Michele, o aplicativo é utilizado majoritariamente por “predadores e agentes maliciosos” e há farto material de menores se sexualizando, “vendendo vídeos e imagens de si”, além de grupos de aliciadores para “submissão violenta”.

Para a venda de pornografia infantil, os criminosos encontram os clientes no Project Z e fazem o envio do material em uma outra plataforma, um aplicativo de troca de mensagens como o WhatsApp ou Telegram, mas com enorme grau de privacidade. Nele, os usuários não precisam informar seu número de telefone, nem é possível fazer capturas da tela.

A pesquisadora afirmou no relatório que conseguiu monitorar uma dessas comunidades. Segundo ela, o grupo denominava-se “House das anjinhas”, com 103 membros. Ali, recebeu quatro imagens pornográficas de meninas ainda crianças e uma mensagem do dono da comunidade pedindo mais imagens.

As informações foram enviadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Polícia Federal pela pesquisadora. Um link com a comercialização de 1,3 mil fotos e vídeos de pornografia infantil chegou a ser derrubado dois dias depois da denúncia. A pasta informou que pela necessidade de manutenção do sigilo das medidas adotadas, não pode passar mais detalhes sobre as ações realizadas. Já a PF alegou que não se manifesta sobre eventuais investigações em curso.

Moderação

No Project Z, já há até uma espécie de marca para perfis com conteúdo nocivo. Segundo a pesquisadora, há indício de que diversos usuários criam perfis com o mesmo nome, Lukas Matheus Henrique Draxler, para a publicação de conteúdo pedófilo e nazista, muitas vezes utilizando a foto do ditador Adolf Hitler.

O conteúdo criminoso é tão abundante que os próprios usuários estão se organizando para melhorar a moderação. Um grupo chamado “Law&Order” — nome dado por conta de uma série americana de TV em que, em um dos spin-offs, os protagonistas investigavam crimes sexuais — expõe perfis que vendem pornografia infantil e que aglutinam conteúdo “ultranacionalista”.

— Todos os dias a gente recebe inúmeras denúncias. Essa semana, tivemos uma alta de conteúdo pornográfico infantil. Apesar disso, vemos pouco ou nenhum esforço da moderação do aplicativo, e demorar para derrubar as contas responsáveis — conta um dos moderadores do grupo, que pediu para não se identificar. — É comum, por exemplo, vermos postagens de ‘Heil, Hitler’ ou com a bandeira da Alemanha nazista.

De acordo com Michele, há diversos indícios de uma migração de criminosos nos últimos meses do Discord para o Project Z. “Consegui identificar várias comunidades nocivas que havia no Discord com os mesmos termos e nomes de perfis”, afirma.

O Discord se popularizou entre jogadores de videogame para conversas nas partidas. No ano passado, no entanto, sofreu acusações de não mediar adequadamente o conteúdo e expôr adolescentes a conteúdos de violência extrema, além de disseminar pornografia, racismo, homofobia, misoginia e neonazismo.

A Polícia Federal apreendeu menores suspeitos de promover esses conteúdos e um rapaz de 19 anos foi preso. A plataforma aprimorou os mecanismos de controle. “Ainda há esse tipo de conteúdo no Discord, mas o ambiente melhorou”, afirma Michele. As informações são do O Globo.

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