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Brasil A Polícia Federal concluiu que 99% dos arquivos do sistema de propinas da empreiteira Odebrecht estão preservados

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Peritos identificaram problemas em apenas 842 de 1,9 milhão de arquivos. (Foto: Arquivo/EBC)

O resultado da perícia realizada pela PF (Polícia Federal) classifica como “99% de integridade e autenticidade” os sistemas Drousys e My Web Day, utilizados por executivos da empreiteira Odebrecht para pagamento de propinas a agentes públicos, mediante contabilidade paralela. Conforme o relatório, apenas 842 de um total de 1,9 milhão de arquivos (0,043%) não apresentam conformidades.

Os dados respondem à pergunta da Justiça para saber “se é possível garantir a autenticidade dos arquivos eletrônicos ou sistemas disponibilizados ao Ministério Público Federal, com data de sua reprodução e informações sobre eventuais alterações posteriores”. Assinado por seis peritos da PF, o laudo foi anexado na ação penal que investiga a compra de um terreno em São Paulo e de um apartamento em São Bernardo do Campo, no prédio onde vive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A PF (Polícia Federal) entregou nessa sexta-feira o laudo da análise feita nos sistemas Drousys e Mywebday, que segundo a Operação Lava-Jato, continham informações sobre pagamentos feitos pelo chamado “departamento de propinas” da empreiteira Odebrecht. Ao menos dois arquivos (uma foto e um arquivo tipo “pdf”) foram apagados do sistema de uma maneira que não é possível recuperá-los.

Os arquivos, conforme a perícia, foram apagados em junho de 2015, três dias após a prisão do então presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht,. No laudo, com 321 páginas, os peritos informam que não conseguiram determinar uma relação entre a compra e alguma obra específica da Petrobras.

Os peritos também apontaram como um dos destinatários de dinheiro do Setor de Operações Estruturadas (o “departamento de propinas”) da Odebrecht, a offshore Beluga Holding LTD, que pertence a Mateus Claudio Bravina Baldassarri, dono do terreno que fica na rua Haberbeck Brandão, 178, em São Paulo.

A perícia começou a ser realizada em setembro do ano passado, após uma determinação do juiz Sérgio Moro. O juiz deu prazo de 15 dias para que os assistentes técnicos se manifestem sobreas conclusões.
Detalhes técnicos

Os peritos afirmam que o Drousys é um ambiente para acesso remoto, via VPN criptografada. Nele, o usuário poderia utilizar serviços de armazenamento e edição de arquivos, acesso à internet, e-mail e chat com troca de arquivos e voz sem que o conteúdo ficasse registrado no computador.

De acordo com a análise, as ações eram gravadas em um computador remoto localizado no servidor do sistema. O MyWebDAy é um sistema que possui funcionalidades contábeis e financeiras capaz de armazenar informações em banco de dados próprio, composto por 60 tabelas.

Nessas tabelas há informações da área denominada Operações Estruturadas da empresa Odebrecht, onde era gerenciado o pagamento de propina. Os peritos dizem que não foi possível examinar o ambiente de produção (ambiente real utilizado pelos usuários no dia-a-dia) do MyWebDay, mas a partir dos relatórios e consultas dos usuários, foi possível ter informações úteis para esclarecer alguns questionamentos.

O “My Web Day” foi mencionado durante o depoimento de Hilberto Mascarenhas, que era o responsável pelo setor de propinas da empreiteira, prestado em 7 de junho do ano passado. Segundo Mascarenhas, o sistema foi adaptado para fazer o controle de tesouraria e, atualmente, não é mais utilizado.

O “My Web Day” funcionava como um manual da propina e foi substituído posteriormente pelo “Drousys”, um controle mais sofisticado e que ficava na Suíça. Ainda conforme o depoimento, o programa continha todos os registros dos pagamentos efetuados e a quem foram efetuados, por condinome.

Lula

Segundo a Lava-Jato, o grupo Odebrecht pagou propina a Lula via aquisição do imóvel onde funciona o Instituto Lula. O valor, até novembro de 2012, foi de R$ 12.422.000, afirmam os procuradores.

A denúncia afirma também que o ex-presidente recebeu, como vantagem indevida, a cobertura vizinha à residência onde vive em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo. Nesta ação, além de Lula, são réus o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht; e o ex-ministro Antônico Palocci.

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