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Política A Polícia Federal contestou a delação da Andrade Gutierrez e indiciou ex-governadores do Distrito Federal

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Agnelo foi conduzido para a polícia do Distrito Federal depois de ser encontrada uma arma em sua residência (Foto: Agência Câmara)

A Polícia Federal encaminhou nessa sexta-feira à Justiça Federal no Distrito Federal o relatório final da Panatenaico em que indiciou os exgovernadores do DF José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB).

Quando a operação foi deflagrada, em maio, Filippeli era assessor especial do presidente Michel Temer. Desde então, ele foi afastado do cargo. O documento também aponta que houve divergência de versões entre as informações do acordo de leniência (delação premiada da pessoa jurídica) da Andrade Gutierrez, que deu origem à operação, e informações coletadas na investigação, o que pode culminar na revisão dos benefícios dado à empresa pelo Ministério Público.

“As investigações, contudo, apontaram que era da prática de superfaturamento e outros crimes cometidos pelos executivos da empresa que saíam os recursos para a corrupção de agentes públicos, o que poderia, a depender da posição do Ministério Público e da Justiça Federal, levar à perda de benefícios concedidos no acordo e até à anulação da leniência”, diz a PF em nota. A Panatenaico investiga a prática de cartel e pagamento de propina na reforma do estádio Mané Garrincha, feita para a Copa do Mundo de 2014.

A PF também comprovou que documentos apresentados na leniência da Andrade Gutierrez divergiam de conteúdo relatado pela empresa em seu acordo. Outro ponto destacado pelos investigadores é que entre as “notas apresentadas pela Andrade Gutierrez na chamadas ‘medições’ estavam serviços de bufê para a comemoração do Dias das Mães de servidores da NovaCap, aluguel de camarotes para o jogo que marcou a despedida de Neymar do Santos FC, em 2013, além de outros serviços estranhos à obra, como por exemplo algumas notas relativas à logística dos shows de Beyoncé e da banda Aerosmith”.

A operação indiciou mais de 20 pessoas que, segundo a PF, faziam parte da suposta organização criminosa que teria sido a responsável pelo superfaturamento de R$ 559 milhões nas obras do Mané Garrincha. Em 2010, a reforma do estádio foi orçada em cerca de R$ 600 milhões, mas custaram, ao fim de 2014, R$ 1,575 bilhão. O relatório foi feito com base em laudos, depoimentos e dados obtidos em buscas e apreensões da Polícia Federal. A delegada Fernanda Costa de Oliveira foi a responsável por comandar a investigação.

Panatenaico

A Panatenaico, deflagrada em maio, investiga informações fornecidas pela Andrade Gutierrez. A empreiteira afirmou em acordo com o Ministério Público que a licitação do Mané Garrincha teria sido forjada para que o consórcio Via Engenharia & Andrade Gutierrez fosse o vencedor.

O grupo relatou ainda que houve pagamento de propina para os governadores do Distrito Federal (da época) José Roberto Arruda e seu sucessor, Agnelo Santos Queiroz, bem como para o então vice-governador do DF, Tadeu Filippelli. A hipótese investigada pela PF e pelo Ministério Público é a de que agentes públicos, com a intermediação de operadores, tenham realizado conluios e simulado procedimentos previstos em edital de licitação no estádio Mané Garrincha.

A renovação do estádio Mané Garrincha, ao contrário dos demais estádios da Copa do Mundo financiados com dinheiro público, não recebeu empréstimos do BNDES, mas sim da Terracap, mesmo que a estatal não tivesse este tipo de operação financeira prevista no rol de suas atividades”, afirma a nota da PF. A arena Mané Garrincha foi a mais cara da Copa de 2014. O nome Panatenaico é uma referência ao Stadium Panatenaico, sede de competições realizadas na Grécia Antiga que foram anteriores aos Jogos Olímpicos.

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