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Por Redação O Sul | 16 de maio de 2017
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi indiciado, nesta segunda-feira (15), pela Polícia Federal pelo crime de corrupção passiva após suposta participação na venda de uma medida provisória em inquérito oriundo da Operação Zelotes.
Segundo as investigações da Polícia Federal, o ex-presidente e mais 12 pessoas, entre ex-ministros da gestão Lula e empresários, participaram de um esquema criminoso que resultou na edição da Medida Provisória 471, que estendeu incentivos fiscais a montadoras e fabricantes de veículos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
De acordo com o relatório da polícia que segue para análise do Ministério Público, que pode ou não oferecer denúncia à Justiça, lobistas representando as montadoras teriam repassado cerca de R$ 6 milhões ao PT, de forma ilícita, para que a MP fosse publicada.
Operação Zelotes
A Operação Zelotes investiga desvios no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão que é vinculado ao Ministério da Fazenda e é a última instância administrativa de recursos referentes a impostos e multas de contribuintes.
De acordo com as investigações, diversas empresas teriam participado de um esquema envolvendo o pagamento de propina a conselheiros para que manipulassem resultados dos julgamentos. Grandes executivos, como o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, são réus em processos relativos à Zelotes.
Defesa de Lula
Em nota, a defesa do petista repudiou “toda e qualquer ilação” do envolvimento do ex-presidente com atos ilícitos e considerou que o indiciamento faz parte da chamada “perseguição política” sofrida por ele.
Os advogados também disseram, em nota, desconhecer o teto do indiciamento e afirmaram que o ex-presidente tem sido “submetido, nos últimos dois anos, a verdadeira devassa e nenhuma prova foi encontrada, simplesmente porque não houve de sua parte qualquer ato de corrupção”.
“Essa onda de ataques só serve para reforçar que nosso cliente é vítima de perseguição política por meio de procedimentos jurídicos, prática reconhecida internacionalmente como lawfare, e que atenta contra o Estado Democrático de Direito”, diz trecho da nota da defesa de Lula.