Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2023
A Polícia Federal (PF) prendeu Ana Priscila Azevedo, filmada participando dos atos terroristas de domingo (8), em Brasília. Ela foi detida por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, e levada para a capital federal.
Ana Priscila é apontada pela investigação como uma das organizadoras dos atos extremistas. Nas redes sociais, ela sugeriu ações violentas e incitou apoiadores do ex-presidentes Jair Bolsonaro que não aceitam o resultado das eleições de outubro para uma “tomada de poder”.
Apesar de ter sido presa só na última terça (10), após trabalho de investigação, Ana Priscila aparecia em vídeos no acampamento montado em frente ao QG do Exército, em Brasília.
No dia dos ataques, Ana Priscila aparece perto da rampa do Congresso Nacional, um dos lugares atacados pelos extremistas. Há também imagens que mostram a mulher dentro do Palácio do Planalto durante a invasão.
Convocação
Um dia antes dos atos, ela fez uma publicação em uma rede social em que afirma que o Brasil iria “parar” e que os Três Poderes seriam “sitiados”.
Em um grupo de Telegram criado em dezembro, Ana Priscila convocava os quase 30 mil membros a irem à capital federal. Ela citou, no dia 6 de janeiro, “caravanas vindas de todo o Brasil” e disse que “a Babilônia vai cair”.
Um vídeo compartilhado por ela mostra golpistas carregando um ônibus com garrafas de água. Na legenda do vídeo, a administradora do grupo diz que não colocará datas e locais “para dificultar a ação do inimigo”.
Outra postagem mostra o ônibus que foi carregado com mantimentos e diz que em 6 de janeiro um grupo de manifestantes deixou Sorocaba (SP) para ir à Brasília. “Estão vindo tomar o poder”, diz texto publicado por ela.
Também há vídeos indicando veículos com golpistas saindo de Jundiaí e Mogi das Cruzes, em São Paulo, Londrina e Umuarama, no Paraná, além de Tangará da Serra, no Mato Grosso.
Ataques
Manifestantes extremistas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF. Na ocasião, a PM do DF não conteve a ação dos terroristas e foi criticada e acusada de omissão.
Obras de arte e móveis foram quebrados no palácio presidencial. O plenário do STF ficou destruído. Os prejuízos ainda estão sendo calculados.
Em razão da flagrante negligência dos agentes de segurança, o presidente Lula decretou intervenção federal na para assumir a segurança do DF.
O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha, por, pelo menos, 90 dias. Quem assumiu o cargo foi a vice, Celina Leão.
Segundo a Polícia Civil, mais de 700 pessoas foram presas após os ataques.
O coronel que chefiava a PM durante ataques em Brasília, Fábio Augusto, foi preso após determinação de Moraes, que também ordenou a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres.