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Mundo Políticos da Flórida sugerem à Casa Branca alternativa para manter cubanos conectados enquanto o governo de Cuba reprime o acesso à internet

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Cuba foi o primeiro país da América Latina a atingir a meta de 80% da população vacinada. (Foto: Reprodução)

Enquanto o governo de Cuba reprime o acesso à Internet, um punhado de legisladores dos Estados Unidos está apontando para uma possível contramedida para manter os manifestantes online: o envio de balões de alta tecnologia que funcionariam como torres de celular improvisadas para a ilha.

Essa é uma proposta que vários políticos da Flórida estão pressionando o governo Joe Biden a aceitar após os protestos históricos que aproveitaram o poder da mídia social para atrair milhares de pessoas às ruas.

“O governo Biden poderia melhorar o wi-fi da embaixada de Havana ou de Guantánamo, e isso pode ser feito em minutos”, testemunhou a deputada republicana Maria Elvira Salazar (Flórida) em uma audiência no Congresso no início da semana, somando-se a um coro de vozes de Miami que pede ao governo Biden que ajude os ativistas em Cuba a se manterem conectados.

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Balões de Internet flutuantes ou transmissão de Internet móvel da Base Naval da Baía de Guantánamo podem funcionar — pelo menos em teoria — mas as realidades da física, tecnologia e cooperação diplomática os tornam praticamente ineficazes, segundo especialistas.

“É um cenário de Hollywood”, disse Doug Madory, que dirige a análise de redes de Internet para a empresa de monitoramento Kentik. “Certamente nunca aconteceu, e houve muitas interrupções na Internet em que isso teria sido útil.”

Entre os especialistas em telecomunicações e na indústria de balões de Internet de alta altitude, as reações às propostas foram de ceticismo em sua maioria. Os balões são lançados em grandes altitudes, e funcionam como torres de retransmissão, usando sinais fracos ou até inexistentes em redes terrestres já instaladas. Mas é preciso ter acesso a essas redes para conseguir retransmitir.

Madory diz que mesmo que fosse possível montar uma base de Internet para os balões em Key West, na Flórida, a 166 quilômetros da costa de Cuba, ou até mais perto — talvez, de um porta-aviões ancorado em águas internacionais próximas à costa cubana – também há problema de compatibilidade do dispositivo final.

Nos Estados Unidos, por exemplo, uma pessoa com um cartão SIM da Verizon em seu telefone não pode acessar uma rede de celular AT&T para internet móvel, disse Madory. “Então, se estou sentado em Havana e quero me conectar a um balão, não vai ser wi-fi, vai ter que ser 4G para viajar tantos quilômetros”, disse ele.

Usar a Embaixada dos EUA em Cuba ou a Base Naval de Guantánamo — esta última em grande parte isolada do resto da ilha — como uma espécie de hotspot mega-wi-fi pode funcionar, disse Madory. Mas há grandes ressalvas: o acesso se estenderia a pessoas em um raio de 50 metros. “Também deixaria claro para os serviços de segurança cubanos quem está fazendo uso desse serviço”, ressaltou.

Mesmo se a tecnologia estiver alinhada, Madory disse que o último obstáculo é diplomático. Atualmente, todo governo soberano regula o ambiente de telecomunicações em seu país. Sem reservas para tomar medidas contra governos autoritários, transmitir sinal de Internet sem o consentimento de um país pode ser uma violação do direito internacional.

“Se eu começar a fornecer serviços de telecomunicações sem permissão, digamos que o Starlink ou um desses serviços queira operar sem licença, eles estão fazendo algo ilegal”, afirmou.

Pelo menos um membro da Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) disse que não seria um impedimento. Brendan Carr, o comissário republicano sênior da FCC, disse na semana passada durante uma apresentação com o governador da Flórida, Ron DeSantis (republicano), que não se importava com isso.

Corte de internet

Os governos autoritários estão cada vez mais usando blecautes e lentidão da Internet como forma de esmagar os protestos, com vários incidentes recentes em países como Mianmar, Irã, e outros.

Os recentes protestos em Cuba não foram exceção: com o início das manifestações estimuladas por notícias de rápida disseminação nas redes sociais, o governo comunista decidiu bloquear o acesso à internet. As manifestações, a crescente frustração e uma profunda crise econômica representam talvez os maiores desafios para o sistema de partido único do país —iniciado há mais de seis décadas por Fidel Castro, numa época em que os telefones eram usados apenas para falar.

Mesmo antes de o governo cubano bloquear plataformas de mensagens populares, como WhatsApp e Telegram, os que vivem na ilha já se acostumaram a um serviço ruim. Em uma pesquisa do Speedtest.net, um grupo que analisa as métricas globais de velocidade da internet, Cuba ficou em 179º lugar entre 181 países em uma revisão global de velocidades de banda larga.

O acesso à internet em Cuba pode ser descrito em três palavras, disse Ted Henken, professor de sociologia do Baruch College em Nova York: “lento, caro e censurado”.

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