Domingo, 24 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2025
A sanção dos Estados Unidos a Alexandre de Moraes, com a inclusão do ministro do STF na lista de sancionados pela lei Magnitsky, colocou os bancos, em especial o Banco do Brasil (BBAS3), em alerta, especialmente após decisão do ministro Flávio Dino na última segunda-feira.
Dino determinou que todo bloqueio de ativos ou contas de brasileiros só poderá ocorrer com autorização da Corte. O ministro não mencionou a lei Magnitsky, mas, ao mesmo tempo, a decisão abre brecha para a interpretação de que Moraes não poderá sofrer no Brasil as consequências da penalidade imposta pelos EUA.
Toda a situação acendeu o sinal vermelho para os bancos. Como aponta Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos, muitas instituições financeiras brasileiras têm operações no exterior, associadas a escritórios e bancos americanos, além de relações com multinacionais.
A encruzilhada, neste cenário, seria clara: os bancos ficariam sob risco de cumprir uma ordem do STF que poderia resultar em multas ou impactos diretos nos negócios internacionais dessas instituições.
Para o Banco do Brasil, a situação é mais complicada. A instituição, por ser parcialmente estatal, teria mais dificuldades e sofreria mais pressão para não cumprir o previsto na Magnitsky, como destaca Pedro Gonzaga, da Mantaro Capital. “Uma caixa de pandora foi aberta”, disse.
Além disso, o BB é responsável pela folha de pagamento dos servidores federais e dificilmente encerraria a conta-salário de um ministro, mesmo sob pressão internacional, na avaliação de Ricardo Campos, CEO e CIO da Reach Capital.
O cenário se refletiu no desempenho semanal do Banco do Brasil. Na última terça-feira, por exemplo, os papéis do banco despencaram 5%.
Itáu
O Itaú tem uma situação também delicada porque está presente em 19 países. “É o banco mais globalmente exposto pelas suas outras operações”, avaliou Pedro Gonzaga. Em caso de descumprimento da Lei Magnitsky, o especialista afirma que o banco poderia ser impedido de realizar negócios com outras instituições americanas.
Gonzaga também entende que a percepção de riscos para bancos brasileiros no geral aumentou com a situação, em especial pela incerteza sobre os próximos passos para as instituições.
Como destaque em mais uma temporada de resultado, o Itaú (ITUB4) apresentou o que foi considerado por analistas como “balanço impecável”. Ainda assim, na semana seguinte, o banco perdeu mais de R$ 4 bilhões em valor de mercado após a decisão de Dino. As informações são do InfoMoney