Terça-feira, 28 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de outubro de 2025
Estudo divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) aponta Porto Alegre em primeiro lugar no ranking dos 30 municípios do País com maior índice de faturamento pelas empresas que atuam por meio de franquia. A base comparativa é o desempenho durante o primeiro semestre deste ano, frente a igual período em 2024, e mostra uma alta de quase 33%.
Trata-se da diferança entre um montante superior a R$ 1,79 bilhão entre janeiro e junho, contra R$ mais de 1,34 bilhão nos seis primeiros meses do ano passado. O desempenho chamou a atenção dos pesquisadores responsáveis pelo relatório, pois a capital gaúcha sequer figurou na lista em 2024, quando foi impactada pelas enchente recorde de maio.
“Esse resultado representa uma recuperação do momento duro vivido pelos negócios da região”, salienta o presidente da ABF, Tom Moreira Leite.
O Rio Grande do Sul também lidera o ranking, na divisão por Estados, com um faturamento de R$ 5,6 bilhões (+33%). No ano passado, estava na 27ª colocação. Em seguida aparecem Amapá (27%) e Roraima (18%), que têm bases pequenas e apresentaram crescimento relativo maior.
Para quem não está familiarizado ao conceito, a franquia consiste no modelo de negócio por meio do qual uma empresa (franqueadora) concede a um investidor (franqueado) o direito de usar sua marca, produtos, serviços e modelo de operação, em troca de taxas e/ou percentual de faturamento. O franqueado recebe suporte e orientação para operar a unidade de acordo com os padrões da franqueadora.
Demais integrantes
O estudo classifica três cidades paulistas na segunda, terceira e quarta posições. Jundiaí registrou expansão de quase 29,3%, no embalo da expansão do segmento de logística. Santos, por sua vez, foi palco de maior movimento portuário no período, com alta de 19,51%, ao passo que a capital São Paulo recebeu novos modelos de negócio que contribuíram para uma alta de 14,64%.
A lista contém 16 capitais que, juntas, concentram 76% dos ganhos do segmento, além de 14 cidades que não são capitais. O segundo grupo soma os outros 24% da receita, sendo 12% só no Interior de São Paulo. As capitais reduziram a participação em 5 pontos percentuais, no compartivo com o ano passado. A média de crescimento das 30 cidades foi de 11,1% — o setor de franquias cresceu 11,6% no primeiro semestre.
Influência do setor rural
O agronegócio é apontado como uma esteira para as franquias em metade do ranking. Cidades como Porto Alegre, Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Londrina (PR), Uberlândia (MG), Goiânia (GO) e São José do Rio Preto (SP) têm participação relevante desse setor em suas economias.
“O avanço para o Interior representa uma oportunidade de novos mercados para marcas já consolidadas em capitais”, acrescente o vice-presidente da ABF, Decio Pecin. “Também é uma necessidade para outros, uma vez que vemos aceleração do custo do metro quadrado nas grandes cidades.”
Os segmentos mais representativos na lista dos municípios que mais crescem são Alimentação – Comércio e Distribuição (23%), puxado pelas vendas de Páscoa nas redes de chocolate; Saúde, Beleza e Bem-Estar (15%), apoiado no avanço de academias e spas; Limpeza e Conservação (12%), amparado no crescimento de lavanderias self-service; e Serviços Automotivos e Alimentação – Food Service (12%).
Apesar do avanço de formatos alternativos, as lojas tradicionais ainda representam 81,2% das unidades franqueadas nos municípios listados. Negócios “home based” (que podem ser montados em casa) já respondem por 12,8%, e quiosques vêm em seguida, com 5,4%.
No Brasil, 69% dos municípios têm unidades franqueadas, um crescimento de 8 pontos percentuais em relação ao primeiro semestre de 2024. De acordo com a ABF, ganharam franquias cidades do interior, sobretudo das regiões Centro-Oeste e Sul. (com informações do site Valor Econômico)