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Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2017
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (1º) que pode ser um “grande cabo eleitoral” se for impedido de disputar a eleição presidencial do próximo ano. O petista novamente repetiu de que as investigações contra ele na Operação Lava-Jato são um artifício para impedi-lo de concorrer.
“Deixa eu dizer uma coisa a quem me persegue: eu posso ser um bom candidato a presidente da República se for candidato; eu posso ser um grande cabo eleitoral se não me deixarem ser candidato; e se morrer como mártir, eu serei um grande cabo eleitoral”, disse Lula, em conversa no Facebook com o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ).
O petista foi condenado, no mês passado, pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Se o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), com sede em Porto Alegre, confirmar a sentença, o ex-presidente seria enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficaria impedido de disputar a eleição.
Segundo Lula, por causa das investigações o povo está sendo prejudicado com aumento do desemprego e queda da renda.
O ex-presidente ainda falou sobre a votação desta quarta-feira (2) sobre a autorização para prosseguimento ou não da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente da República, Michel Temer. Após ouvir Damous dizer estar pronto para votar pelo “prosseguimento da denúncia”, Lula afirmou:
“Qualquer que for a decisão de vocês, é importante, nessa lenga-lenga sobre votar ou não no processo do Temer, ter em conta que o desemprego cresce e o salário cai.”
Condenação
O ex-presidente foi condenado, no dia 12 de julho pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). A sentença de Moro é a primeira contra o petista no âmbito da Lava-Jato.
Pelo entendimento do Supremo Tribunal Federal, Lula só começará a cumprir a pena se a segunda instância ratificar a decisão.
O tribunal leva, em média, cerca de um ano e meio para analisar as sentenças de Moro.
Na ação, Lula é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, apontou a acusação, se referia à cessão pela OAS do apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial.
Moro, porém, absolveu o ex-presidente na acusação sobre o acervo presidencial. Na sentença, o juiz afirmou que a prisão imediata de um ex-presidente “não deixa de envolver certos traumas” e que a “prudência” recomenda que se aguarde o julgamento em segunda instância. Ele disse ainda no despacho que “até caberia cogitar” o decreto de prisão diante do comportamento de Lula, com medidas de intimidação ao juiz e outras autoridades, e de episódios de orientação de destruição de provas. (AG/Folhapress)