Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2019
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou recentemente que o preço do botijão de gás pode cair até 50% com a abertura do mercado do setor no País, por causa da maior competição entre empresas. Na última segunda-feira (24), o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) aprovou resolução com diretrizes para dar início à abertura do mercado de gás no Brasil.
Atualmente, a Petrobras detém o controle tanto da produção como da distribuição do gás no País. Apesar deste monopólio estatal já ter sido quebrado na legislação em 1997, a abertura para novas empresas não havia sido concretizada até agora.
“Estamos dando um choque da energia barata, quebrando um duplo monopólio, tanto na extração e refino quanto na distribuição do gás. Vamos reindustrializar o País em cima de energia barata. Essa maior competição em petróleo e gás, aceleração do ritmo de extração desses recursos naturais vão acabar chegando no botijão de gás da família, diminuindo em 30%, 40%, até 50% o custo do gás lá no final da linha”, disse Guedes após se reunir com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
O ministro também comentou sobre outras iniciativas em curso para abertura da economia. “Tem uma agenda grande pela frente, estamos abrindo a economia. Estamos a semanas, possivelmente, de fechar um acordo que está há duas décadas parado, que é o acordo [do Mercosul] com a União Europeia. Estamos recomendados para entrar na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. Vamos fazer a simplificação e redução dos impostos”, disse.
Acesso ao crédito
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na última quinta-feira (27) que o BC (Banco Central) deve seguir reduzindo a alíquota de recolhimento de depósitos compulsórios em mais de R$ 100 bilhões. A medida deve ampliar o acesso ao crédito no País.
“Estamos fazendo a desestatização do mercado de crédito, despedalando os bancos públicos. Já houve a liberação de mais de R$ 20 bilhões de recolhimento compulsório, para ampliar o crédito privado, e vem aí mais de R$ 100 bilhões de liberação de compulsório mais à frente”, anunciou o ministro após se reunir com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em Brasília.
No dia anterior o BC decidiu reduzir a alíquota do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo em dois pontos percentuais, de 33% para 31%. A alteração, que terá efeito a partir do mês que vem, vai destravar R$ 16,1 bilhões. O compulsório é a parcela dos depósitos que os bancos são obrigados a manter em uma conta no Banco Central, e representa uma das ferramentas da autoridade monetária para regular a quantidade de dinheiro em circulação na economia. Por meio do compulsório, o BC garante que os juros das instituições financeiras estejam alinhados com a taxa Selic, juros básicos da economia. Ao reduzir a alíquota, a autoridade monetária libera mais recursos para serem emprestados.
Em nota, o BC destacou que a redução estrutural dos compulsórios é uma das ações da agenda do banco, mas não estipulou prazos nem os valores que serão flexibilizados.
“A redução estrutural dos compulsórios é uma das ações da Agenda BC#, parte do pilar de eficiência de mercado. O aprimoramento dos atuais instrumentos de assistência financeira de liquidez, também previsto na Agenda BC#, nos permitirá trabalhar com um nível de compulsórios mais baixo no futuro”, disse o BC.
“A ação ainda está em curso, sem definições de prazos ou montantes. O BC não antecipa decisões ou regulações”, acrescenta a nota.