Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2023
A prefeitura de Porto Alegre anunciou para esta sexta-feira (15) a publicação de decreto de situação de emergência na cidade por causa dos efeitos da chuva em excesso nos últimos dias. Com o documento, serão autorizadas ações como simplificação de contratações e realização de despesas imediatas para combate aos estragos e suporte a famílias atingidas.
“Neste primeiro momento, o foco serão itens essenciais como cobertores, colchões e cestas básicas, além da recuperação de vias e residências afetadas”, declarou o chefe do Executivo municipal. “Estamos acompanhando as situações nas ruas e precisamos agir. Todas as medidas serão adotadas para apoiar a população que mais precisa.”
Coordenador da Defesa Civil, Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, acrescentou: “O decreto possibilita uma simplificação necessária, neste momento, para os processos envolvendo reparos, obras e aquisições. Ficam dispensadas de licitações as providências para a reconstrução ou recuperação de áreas atingidas”.
Nível do Guaíba
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e a Defesa Civil continuam a monitorar o nível do Guaíba. Se for necessário, serão acionados os 14 portões que compõem o sistema de proteção contra cheias. As 23 casas de bomba estão em operação.
Essas comportas serão fechadas se o nível do Guaíba atingir a marca de 2,9 metros no Cais Mauá – na manhã desta quinta-feira, a régua estava em 2,7 metros. “A operação de acionamento é complexa e demanda mais de uma equipe do Dmae”, ressalta a prefeitura. “Neste momento o nível está estabilizando e talvez não haja necessidade”.
Além disso, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) monitora os parques localizados no entorno do Guaíba. No trecho 2 da Orla, a água chegou à altura dos deques. Já no Pontal a água subiu 33 centímetros em relação à manhã da quarta-feira.
Sebastião Melo e o seu vice, Ricardo Gomes, têm visitado uma série de locais nas regiões do Extremo Sul, Ilhas e bairro Humaitá (Zona Norte), a fim de avaliar o cenário. Em áreas como Lami e entorno da Arena do Grêmio ocorreram alagamentos que preocupam moradores e autoridades.
Mais de 100 pessoas foram acolhidas nesta semana em abrigos administrados pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) no próprio Lami e Ponta Grossa, bem como na Ilha da Pintada. Em um beco do Morro Santana, cinco famílias foram orientadas a deixar as suas casas devido ao risco de deslizamento.
Também foram anunciadas outras duas medidas: um levantamento detalhado das famílias que perderam a totalidade dos bens materiais para suporte na reposição e uma linha diferenciada de bônus-moradia desburocratizado para os moradores que aceitarem sair das áreas de risco da cidade.
Para essa sexta-feira, a previsão é de que uma massa de ar frio de origem polar mantenha as temperaturas baixas até a manhã. As condições climáticas devem ser marcadas por instabilidade, com sol entre nuvens em todo o território gaúcho. Os números 199 (Defesa Civil) e 193 (Corpo de Bombeiros) permanecem disponíveis à população em caso de necessidade de assistência imediata.
Alguns dados
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos totaliza 70 protocolos relacionados à queda de árvores desde o retorno da instabilidade climática a Porto Alegre, na segunda-feira. Destes, 65 foram encerrados e cinco permanecem em atendimento pelas equipes da pasta.
Caiu para 38 o número de pessoas abrigadas nas estruturas provisórias em Porto Alegre. Todas estão na Ilha da Pintada. Com isso, os abrigos localizados nos bairros Lami e Ponta Grossa foram fechados. O órgão encaminhou ainda três famílias residentes no Beco da Morte, localizado no Morro Santana, à residência de familiares.
A Unidade de Saúde Ilha da Pintada ficou fechada, durante todo o dia, em razão da cheia do Guaíba. A US Nova Gleba registrou problemas no fornecimento de Internet, mas manteve os atendimentos. O restante da rede funcionou normalmente.
Nesta quinta-feira, quatro escolas da rede municipal e parceirizada não tiveram aulas. Permanecem fechadas em decorrência das chuvas as seguintes escolas: EMEI Pica-Pau (Centro Histórico), Escola Comunitária Pequeno Príncipe (Tristeza), Escola Comunitária Murialdo (São José), Escola Comunitária Anjo das Flores (Arquipélago).
(Marcello Campos)