Sábado, 11 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2019
A Prefeitura de Porto Alegre firmou termo de colaboração com o Instituto Pobres Servos da Divina Providência – Abrigo João Paulo II para gestão do Programa Família Acolhedora.
Um evento para apresentar a parceria foi realizado nesta quinta-feira (24), no Paço Municipal. O objetivo do programa é abrigar em ambiente familiar crianças e adolescentes afastados do convívio do lar por determinação judicial, em razão de negligência, abandono e violência. A organização vai capacitar, já em 2019, 20 famílias acolhedoras.
“Esta é uma oportunidade para uma transformação cultural. As famílias vão se envolver na construção de uma vida melhor para essas crianças e adolescentes”, salientou a presidente da Fasc (Fundação de Assistência Social e Cidadania), Vera Ponzio.
Famílias que se inscreverem no programa poderão receber crianças e adolescentes retirados de suas casas até que eles possam retornar aos seus lares ou serem adotados. As vantagens desse tipo de acolhimento são o atendimento individualizado dentro de uma família, mais atenção à organização e reestruturação pessoal e melhor desenvolvimento cognitivo das crianças e jovens.
Para o secretário de Desenvolvimento Social e Esporte interino, Moisés Fraga Gonçalves, “o programa dá a esperança de um futuro muito melhor para nossas crianças e adolescentes. Teremos esse resultado daqui a 15 anos, quando forem adultos”, salientou.
Gestão
O Instituto gestor terá a responsabilidade de divulgar o programa, selecionar as famílias, cadastrá-las e capacitá-las para acolher de forma exemplar as crianças e adolescentes. Terá também que acompanhar sistematicamente as famílias selecionadas, durante todo o período do acolhimento, fazendo visitas domiciliares e apresentando relatórios psicossociais feitos por equipe técnica, a partir do Plano Individual e Familiar de Atendimento, construído com cada família.
Deverá ainda dar todo suporte necessário às famílias acolhedoras selecionadas e acompanhar as famílias de origem das crianças e jovens, visando à reintegração familiar. Quando for o caso, deverá avaliar o encaminhamento para família substituta. “Vamos colocar todas as nossas potencialidades e esforços, ter uma equipe qualificada para capacitar famílias para receber essas crianças, para criar uma base sólida para cada uma através do programa”, disse o diretor do Abrigo João Paulo II, Cláudio Bianchet.
Todo o processo de seleção das famílias, encaminhamento das crianças e adolescentes e acompanhamento do programa serão feitos pela Fasc e pelos Juizados da Infância e da Juventude de Porto Alegre.
“Esse programa foi feito a muitas mãos, e ficamos muito felizes, porque é possível concluir, aperfeiçoar e ampliar. Estamos conseguindo fazer e com muita qualidade. Hoje, estamos tendo a recompensa do acreditar e do trabalhar”, afirmou a promotora da Infância e da Adolescência, Cinara Vianna Dutra Braga. O juiz da Infância e Juventude Daniel Englert Barbosa acrescenta: “Aqui teremos um olhar específico para essas crianças. Um olhar individualizado é muito importante”.
Abrigos
Atualmente, Porto Alegre conta com dois tipos de acolhimento: abrigos com equipe técnica (para até 20 crianças e adolescentes) e Casas Lares (casal/mãe social acolhe até dez crianças e adolescentes). Para o projeto Família Acolhedora, as famílias que demonstrarem interesse serão selecionadas e avaliadas dentro dos critérios preestabelecidos.
Após, serão capacitadas. Haverá acompanhamento da Fasc durante toda a estadia e, por fim, a criança ou adolescente voltará para a família de origem ou será encaminhada para adoção. Porto Alegre tem hoje cerca de 773 crianças ou adolescentes acolhidos em abrigos e casas lares.