Domingo, 28 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2020
Em mais uma videoconferência, na tarde desta segunda-feira (20) o governador Eduardo Leite frisou que pretende acompanhar a fiscalização do MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) sobre as prefeituras que estejam descumprindo os decretos estaduais de restrição ao funcionamento do comércio na Região Metropolitana de Porto Alegre. Estariam na mira cidades como Canoas, Novo Hamburgo e Montenegro, por exemplo.
Os motivos para o “aperto no cerco” por parte da Promotoria está a ocorrência de crime de responsabilidade (que pode gerar inclusive a perda do cargo) por parte de gestores que liberaram a reabertura de serviços não essenciais, vetada pelo menos até o fim do mês por causa da pandemia de coronavírus. Os chefes de Executivos municipais devem receber notificação para que se expliquem sobre a irregularidade.
Na semana passada, a prefeitura de Canoas publicou um decreto autorizando, a partir desta segunda-feira, a retomada de atividades por parte das academias, desde que cumpridas algumas exigências. Dentre elas, está o atendimento apenas com hora marcada e a ausência de contato físico entre as pessoas no interior dos estabelecimentos.
“Estamos recebendo argumentos de prefeitos da Região, mas as condições determinadas pelo mais recente decreto estadual não podem ser desrespeitadas”, declarou Eduardo Leite em sua “live”. Ele voltou a admitir, porém, que a hipótese de discutir mudanças nas regras (que têm vigência até o dia 31). Mas isso dependerá da análise de dados sobre a evolução da Covid-19 no Estado.
Isolamento
Também nesta segunda-feira, o governador detalhou um estudo da Seplag (Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão), SES (Secretaria da Saúde) e UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Em foco, o cenário da pandemia no Rio Grande do Sul até agora e para o futuro próximo.
A projeção estima que, se o Estado não tivesse adotado medidas de distanciamento social, o número de óbitos por coronavírus chegaria a 354 no fim do mês. “Com a adoção do isolamento social, esse número cai para 62, e percebe-se, assim, a preservação de 292 vidas”, comparou. Desde o dia 10 de março, são 27 casos fatais de Covid-19 registrados em território gaúcho – a maioria em Porto Alegre (10).
Quanto à procura por leitos hospitalares, o estudo projeta que, com o distanciamento social, uma demanda por leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensovo) acima da capacidade disponível será registrada a partir de junho. Sem as medidas, no entanto, essa dificuldade já começaria a ser sentida no começo de maio, calculou a pesquisa.
(Marcello Campos)