Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2021
A convite da Comissão Central Eleitoral (CCE) da Rússia, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, atuará como observador convidado das eleições parlamentares e regionais da Federação Russa, que acontecerão no período de 17 a 19 de setembro.
Além de acompanhar o processo eleitoral nos centros de votação, o ministro cumprirá extensa agenda bilateral, que inclui encontros com integrantes do governo russo, além de reuniões com analistas políticos e com membros da CCE, que é o órgão encarregado de organizar e conduzir as eleições na esfera federal.
Barroso também terá um encontro privado com a presidente da CCE, Ella Pamfilova. Na pauta, a revitalização do memorando de entendimento firmado em 2011 pelos dois países e que prevê, entre outros pontos, a promoção de iniciativas para fortalecer os sistemas eleitorais e o intercâmbio de conhecimento e experiência na área de desenvolvimento organizacional e técnico do processo eleitoral, com ênfase na urna eletrônica e no cadastramento biométrico.
Nesta sexta-feira, o presidente do TSE apresentará a palestra “Democracia sob Pressão” para alunos da Academia Diplomática Russa – equivalente ao Instituto Rio Branco brasileiro – que prepara jovens para a carreira da diplomacia.
As eleições legislativas de 2021 na Rússia vão eleger os 450 membros da Duma (Câmara Baixa da Assembleia Federal – equivalente a nossa Câmara dos Deputados). Também serão eleitos 12 chefes de entidades federadas, dos quais nove serão determinados por sufrágio indireto, e 39 parlamentos regionais.
Barroso x Bolsonaro
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, afirmou que trata com “absoluta indiferença” as novas declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apontando, sem provas, para a suposta insegurança das urnas eletrônicas.
Na última quinta (9), Bolsonaro citou Barroso em sua live semanal e disse acreditar que teve muito mais votos do que os 57 milhões que o tornaram presidente da República. “Li uma matéria do ministro Barroso dizendo que está aperfeiçoando o sistema eleitoral. Barroso, se está aperfeiçoando é porque tinha brecha”, comentou na ocasião.
“Trato com absoluta indiferença, que acho que merece. Nós fizemos esse teste para demonstrar mais uma das etapas de transparência e integridade das eleições. O resto é política e não me interessa”, respondeu Barroso no último fim de semana, durante evento para o teste de Integridade das urnas para as eleições suplementares dos municípios de Silva Jardim e Santa Maria Madalena (RJ).
No evento, as urnas foram avaliadas através de uma simulação de pleito, em sessão transmitida ao vivo e sem cortes pelo TSE. O teste também comparou o resultado da simulação por meio de votação impressa com a votação eletrônica, e não encontrou diferenças.