Sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2025
Motta e Alcolumbre também lembraram da Lei de Reciprocidade Econômica, que permite ao Brasil responder na mesma medida.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência BrasilOs presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), reagiram nessa quinta-feira (10) à imposição de taxa de 50% pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao comércio brasileiro. Eles disseram que vão reagir “com equilíbrio e firmeza”.
Os chefes das duas Casas Legislativas se esquivaram de comentar o assunto assim que a decisão foi anunciada na quarta-feira (9) e, na nota desta quinta, evitaram usar um tom duro e pregaram diálogo.
“A decisão dos Estados Unidos de impor novas taxações sobre setores estratégicos da economia brasileira deve ser respondida com diálogo nos campos diplomático e comercial”, diz um trecho do comunicado.
Embora não defendam diretamente que o Brasil revide o governo americano, no texto, Motta e Alcolumbre também lembraram da Lei de Reciprocidade Econômica, que permite ao Brasil responder na mesma medida quando for alvo de sanções outros países. Uma retaliação é avaliada pelo governo brasileiro, mas a decisão só deve ser tomada após Trump realmente colocar as tarifas anunciadas em prática, algo que ele prometeu para agosto.
“O Congresso Nacional acompanhará de perto os desdobramentos. Com muita responsabilidade, este Parlamento aprovou a Lei da Reciprocidade Econômica. Um mecanismo que dá condições ao nosso país, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania. Estaremos prontos para agir com equilíbrio e firmeza em defesa da nossa economia, do nosso setor produtivo e da proteção dos empregos dos brasileiros”, também falaram Motta e Alcolumbre.
O presidente dos EUA anunciou na quarta o aumento, que veio após duras críticas ao Brasil. Ele afirmou que, se o país retaliar os EUA, vai aumentar ainda mais a sobretaxa de produtos brasileiros em seu país. Apesar de o Brasil comprar mais do que vende aos EUA desde 2009, Trump fala em relação comercial injusta no texto.
Em uma carta publicada em sua conta nas redes sociais, Trump justificou a decisão “em parte pelos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos.”
Após praticamente não mencionar o Brasil nos primeiros meses de seu mandato, Trump saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro na última segunda-feira, acusando o país sul-americano de perseguição política ao ex-mandatário de direita, que enfrenta um julgamento iminente por tentativa de golpe.
Na carta divulgada na segunda, Trump reiterou seu apelo para que as autoridades brasileiras retirem as acusações contra Bolsonaro relacionadas à tentativa de golpe.
“Esse julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caçada às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”, escreveu.
Leia a íntegra da nota de Motta e Alcolumbre
“A decisão dos Estados Unidos de impor novas taxações sobre setores estratégicos da economia brasileira deve ser respondida com diálogo nos campos diplomático e comercial. O Congresso Nacional acompanhará de perto os desdobramentos. Com muita responsabilidade, este Parlamento aprovou a Lei da Reciprocidade Econômica. Um mecanismo que dá condições ao nosso país, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania. Estaremos prontos para agir com equilíbrio e firmeza em defesa da nossa economia, do nosso setor produtivo e da proteção dos empregos dos brasileiros”.