Terça-feira, 22 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2021
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu nesta segunda-feira (18) ao STF (Supremo Tribunal Federal) para aprofundar as investigações do inquérito que apura se o senador Renan Calheiros (MDB-AL) recebeu R$ 1 milhão em propina da construtora Odebrecht em 2012.
Em julho, a PF (Polícia Federal) concluiu inquérito aberto em 2017 e disse ao STF ter indícios de que Renan recebeu R$ 1 milhão em propina da Odebrecht em 2012. A PGR e a defesa de Calheiros se manifestam no Supremo contra o indiciamento.
As investigações da PF apontam que a suposta vantagem indevida teria sido paga em 2012, em troca da aprovação de uma resolução no Senado que tratou de benefícios concedidos pelos Estados a produtos importados, discussão conhecida como “Guerra dos Portos”.
Agora, a Procuradoria pediu que o Supremo envie ofício para que o Senado detalhe a aprovação da resolução e informe, especificamente, a atuação de Renan no caso, como eventuais emendas feitas ao texto.
A PGR também solicitou informações sobre o lobista Milton Lyra, apontado como suposto operador de Renan no caso. A Procuradoria solicitou à Polícia Legislativa registros de entrada e saída e os locais no Senado por onde o lobista passou. A PGR também pediu que empresas áreas repassem dados sobre os deslocamentos de Lyra entre maio e junho de 2012.
Na semana retrasada, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o “arcabouço probatório” reunido em uma investigação decorrente da Operação Postalis indica que o senador Renan Calheiros “recebeu vantagem indevida” para beneficiar empresários na tramitação da Medida Provisória (MP) dos Portos. Segundo ela, o responsável pelo “esquema criminoso” foi o contador Milton Lyra.
A avaliação sobre os indícios contra Renan – que atualmente é o relator da CPI da Covid – faz parte de um pedido enviado à Corte para que a investigação seja prorrogada por mais dois meses. Lindôra pretende colher os depoimentos do senador, de Lyra e de outros empresários e operadores investigados. A PGR também deve fazer uma devassa nas contas das empresas usadas pelo contador para suposta lavagem de dinheiro de propinas.
Os advogados do emedebista têm negado que ele tenha recebido propinas de empresários. As informações são do portal de notícias G1 e do jornal O Estado de S. Paulo.