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Geral Professor suspeito de traficar órgãos humanos para estilista indonésio é afastado de universidade

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Agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão em laboratório da UEA onde professor trabalha. (Foto: PF/Divulgação)

O professor de Anatomia da Escola Superior de Ciências da Saúde da UEA (Universidade Estadual do Amazonas) Helder Bindá Pimenta, de 37 anos, é investigado pela PF (Polícia Federal), por suspeita de envio, pelo correio, de órgãos humanos plastinados (preservados por tratamento químico em que tecidos orgânicos são substituídos por plástico) para um famoso designer de moda indonésio em Cingapura. Segundo a PF, há indícios de que Bindá enviou uma mão e três placentas em outubro do ano passado.

Na terça-feira (22), os agentes federais executaram a Operação Plastina para cumprir dois mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Amazonas: um na casa de Bindá, e outro, no laboratório onde ele trabalha, na universidade. Se condenado, o professor poderá responder por tráfico internacional de órgãos humanos, com pena de até 8 anos de reclusão.

A Justiça também determinou o afastamento do professor de suas funções públicas. Em documento assinado no início da noite desta terça, o reitor Cleinaldo de Almeida Costa ordenou o afastamento de Helder Pimenta da UEA por 30 dias, que podem ser prorrogados, assim como a proibição de acesso a qualquer dependência da faculdade. Seu salário, no entanto, segue preservado, segundo o ofício.

O reitor ordenou ainda a instauração de uma sindicância interna e nomeou quatro professores para uma comissão que deverá apresentar os resultados das investigações sobre a conduta do professor em um mês.

A plastinação consiste em extrair os líquidos corporais (água e soluções fixadoras) e os lipídios, através de métodos químicos, substituindo-os por resinas plásticas, como silicone, poliéster e epóxi, resultando em tecidos secos, inodoros e duráveis.

A UEA acrescentou que o laboratório onde foram feitas busca e apreensão realiza a técnica de plastinação desde 2017. O procedimento foi criado pelo cientista Gunther Von Hagens em 1977.

“Após tomar conhecimento do ofício que determinou o afastamento cautelar do professor investigado e da ação de busca e apreensão no laboratório supracitado, a Reitoria da Universidade do Estado do Amazonas cumpriu a ordem judicial e determinou a abertura de sindicância para a apuração dos fatos e responsabilidades”, diz a UEA em nota.

O professor universitário irá contribuir com as investigações da Polícia Federal, informou a defesa dele, por meio de nota, na quarta-feira (23). Segundo a defesa, o professor está à disposição das autoridades para prestar os devidos esclarecimentos sobre o caso. A defesa salientou ainda que o professor é apenas investigado em um processo que está na fase inicial, não havendo nenhuma condenação contra o mesmo.

A suspeita é de que o receptador dos órgãos seria o designer de moda indonésio Arnold Putra, de 27 anos. Ele ficou conhecido mundialmente há alguns anos quando surgiu exibindo e comercializando por cerca de US$ 5 mil uma controversa bolsa feita com espinha humana. Ele justificou que o material era oriundo de “excedentes médicos” do Canadá. Além da questão ética, o estilista passou a ser bombardeado nas redes sociais com questionamentos sobre a origem do material e o fato de o osso parecer ser de uma criança; num post, ele chegou a explicar que a bolsa havia sido feita com restos humanos plastinados, mesma técnica utilizada nas partes enviadas de Manaus a Singapura.

Helder, por sua vez, é doutorando em Ciências Morfofuncionais pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Mestre em Ciências Biomédicas pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), graduado em Fisioterapia pela Universidade Adventista de São Paulo (UNASP). Ele possui especialização em Educação na Saúde no curso de Medicina pela UEA e em Unidade de Terapia Intensiva pelo UNASP. Ele é sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Anatomia, além de membro da ISP (International Society for Plastination) e da American Association of Anatomists. As informações são do jornal O Globo e do portal de notícias G1.

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