Domingo, 18 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 14 de novembro de 2017
Os professores estaduais em greve há 70 dias bloquearam as entradas do prédio da Federasul (Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul), no Centro de Porto Alegre, nesta terça-feira (14). Eles chegaram ao local por volta das 10h30min e permaneceram até o início da tarde, quando seguiram em caminhada até o Palácio Piratini. A categoria justificou o ato como forma de pressão para que o governo recebesse o Comando de Greve.
“O vice-governador, José Paulo Dornelles Cairoli, veio desta casa. Este prédio, assim como o da Fiergs, representa os empresários que sonegam impostos que não entram nos cofres públicos para honrar os nossos salários. Desde 2015, quando o governo começou a alegar a crise, estamos denunciando isso. Hoje, viemos aqui dizer para os empresários que o pagamento do 13º salário, até 20 de dezembro, é um direito nosso. Viemos aqui para dizer que assim como os empresários, que sugam o Estado, impedindo que possamos receber nossos salários em dia, hoje nós vamos parar o funcionamento desta casa”, declarou a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer em frente a Federasul.
Professores e funcionários de escola reivindicam uma proposta que atenda as principais exigências do magistério estadual: garantia dos salários pagos em dia, até o último dia do mês conforme prevê a Constituição; garantia do pagamento do 13º salário até 20 de dezembro deste ano e abertura de uma Mesa de Negociação para discutir a recuperação das perdas inflacionárias, que já chegam a 21,85%.
Em frente ao Palácio do Piratini o Comando de Greve Estadual solicitou nova audiência com o governo, mas foi informado que o Executivo não teria como atender.
Por meio de nota, a presidente da Federasul, Simone Leite, manifestou apreço pelos profissionais da educação. “Os serviços públicos são imprescindíveis e absolutamente necessários. Com profundo respeito pelos professores, que mesmo sofrendo as consequências dos desmandos e da irresponsabilidade de sucessivos governos, continuaram educando nossos jovens, mesmo quando já estavam com salários parcelados, nos solidarizamos com os educadores que permanecem em aulas, num claro compromisso com os pais e os alunos de escolas públicas, tentando evitar um prejuízo ainda maior.”
Mas também criticou a postura dos educadores gaúchos em frente à entidade impedindo o acesso de pessoas: “É uma pena que esta postura agressiva ainda esteja presente em pessoas que se julgam líderes”, declarou.
Leia a nota da Federasul na íntegra:
“Com a frase: ‘cheguei chegando pra fechar a Federasul’, o CPERS bloqueou a entrada do Palácio do Comércio e impediu a entrada das pessoas.
A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul – Federasul lastima a postura agressiva da manifestação do CPERS, intimidando pessoas que tentam trabalhar e fazer a sua parte num momento tão difícil para todos, muitos de forma absolutamente voluntária, como é o caso de toda a diretoria. Triste perceber que, mesmo em 2017, no encontro do mundo real com o mundo de faz de conta dos populistas, um Sindicato deste porte continue tentando terceirizar a responsabilidade por décadas de corporativismo irresponsável.
Os serviços públicos são imprescindíveis e absolutamente necessários. Com profundo respeito pelos professores, que mesmo sofrendo as consequências dos desmandos e da irresponsabilidade de sucessivos governos, continuaram educando nossos jovens, mesmo quando já estavam com salários parcelados, nos solidarizamos com os educadores que permanecem em aulas, num claro compromisso com os pais e os alunos de escolas públicas, tentando evitar um prejuízo ainda maior.
O sofrimento dos servidores públicos e as consequências para população têm sido pauta de nossas reuniões. Repudiamos por completo as agressões do CPERS à classe produtiva que, tanto quanto toda a sociedade gaúcha, continua sobrecarregada por excesso de impostos, burocracia e falta de bons serviços públicos, como segurança, saúde e educação.
Sim, defendemos que não há solução possível para o Rio Grande que não passe pela classe produtiva, pela iniciativa privada, por trabalhadores, operários, profissionais liberais e empreendedores que através da produção honesta geram toda a arrecadação necessária para manter os serviços públicos.
É uma pena que esta postura agressiva ainda esteja presente em pessoas que se julgam líderes. Com fé, coragem e determinação, tempos melhores virão.
Simone Leite
Presidente da Federasul”