Sábado, 17 de maio de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Economia Programa Desenrola tem 55% das renegociações das dívidas feitas por mulheres

Compartilhe esta notícia:

A maior parte das dívidas de mulheres (88%) é com cartão de crédito. (Foto: Freepik)

As análises que o governo federal vem fazendo do perfil da dívida das mulheres no programa de renegociação de dívidas Desenrola surpreenderam o Ministério da Fazenda. A afirmação foi feita por Ana Maria Melo Netto Oliveira, secretária-adjunta de reformas econômicas da pasta.

De acordo com Oliveira, embora os homens sejam a maior parte da base de devedores no programa, 55% das renegociações são de mulheres, mostrando “que elas tentam sanar o passado de endividamento”. Na observação dos dados, o ministério identificou que a maior parte dos contratos renegociados era de gastos com educação. “É um fator revelador”, disse.

Para ela, o programa foi importante para trazer à tona o debate sobre endividamento. “O assunto passou a ser tratado de forma mais natural e isso é um passo muito importante”, afirmou.

Segundo a secretária-adjunta, pelo menos 30 milhões de brasileiros têm dívidas que podem ser renegociadas pelo Desenrola. No entanto, ponderou, o programa só acessa parte da população e das dívidas. Por exemplo, não inclui dívidas de financiamentos imobiliários. A iniciativa está prevista para terminar em 31 de março.

Também na live, Gabriela Chaves, economista e fundadora da plataforma de educação financeira NoFront – Empoderamento Financeiro, em muitos casos, as mulheres de menor poder aquisitivo tomam dívidas com educação para financiar estudos e até uniforme escolar.

“O que a gente vê são mulheres se endividando para que os filhos estudem, para viabilizar material e transporte escolar. Tem aposentadas custeando material escolar para os netos no início do ano. Precisamos pensar em políticas públicas para essas mulheres”, disse. “As mulheres vendem o almoço para pagar a janta. Então é preciso entender que o avanço do endividamento nem sempre está ligado ao descontrole financeiro.”

De acordo com dados da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a maior parte das dívidas de mulheres (88%) é com cartão de crédito, seguida por carnês e crédito pessoal. A economista, professora das universidades Live University e Cruzeiro do Sul e CEO da Transformasie – Inteligência Financeira, Izabel Rocha disse que o maior gasto de cartão de crédito, sobretudo pós-pandemia, foi com supermercado, citando dados da Serasa Experian.

“A educação financeira é fundamental para entender o uso do cartão, mas também é uma renda muito baixa que as mulheres possuem para tantas obrigações, entre elas a comida” destacou.

De acordo com a professora, é difícil encontrar pesquisas sobre endividamento de mulheres que consigam aprofundar o assunto e contemplem raça e classe. “Se eu não tiver essas informações fundamentadas, não consigo criar políticas públicas.”

Na visão de Chaves, da NoFront, criar uma política pública generalista, pensando só nas mulheres, sem o olhar aprofundado dos recortes “é como prescrever um remédio errado” para o problema.

Com o entendimento sobre o público, é possível criar ações que deem suporte para mudanças efetivas, acrescentou Rocha. “A economia só vai crescer quando essas pessoas saírem dessa base e é preciso ter políticas, crédito, conhecimento sobre o uso do cartão de crédito, ter previdência. Não tem como fazer políticas públicas se não tivermos esse recorte.”

Outro ponto destacado pelas participantes é a importância de evitar que as dívidas virem uma bola de neve, como pode acontecer em modalidades mais caras, como o cartão. “Por mais difícil que seja reservar um dinheiro para renegociar a dívida, negociando a mulher vai estar em uma situação bem melhor porque vira uma dívida controlada”, afirmou Oliveira.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

“Vocês estão percebendo que a arrecadação está aumentando, além daquilo que muita gente esperava”, disse Lula essa semana
INSS começa consultas por vídeo: aposentados por invalidez e trabalhadores afastados vão conseguir laudos on-line
https://www.osul.com.br/programa-desenrola-tem-55-das-renegociacoes-das-dividas-feitas-por-mulheres/ Programa Desenrola tem 55% das renegociações das dívidas feitas por mulheres 2024-03-09
Deixe seu comentário
Pode te interessar