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Futebol PSG anuncia apoio total a Neymar em caso de racismo. Jogador se pronuncia: “Sou negro, tenho orgulho e não me vejo diferente de ninguém”

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Neymar publicou um "textão" no Instagram.

Foto: Reprodução/Twitter
Ele precisou de 127 jogos a menos que o ex-meia para alcançar os 72 gols. (Foto: Reprodução/Twitter)

O Paris Saint-Germain divulgou, no início da tarde desta segunda-feira (14), um comunicado dando total apoio a Neymar, que acusou o zagueiro Álvaro González de racismo durante a partida contra o Olympique de Marseille, neste domingo (13), válida pela terceira rodada do Campeonato Francês. Em rede social, Neymar também se pronunciou. “Sou negro, tenho orgulho e não me vejo diferente de ninguém”, disse o jogador.

Na nota, o clube francês afirma que “não há lugar para o racismo na sociedade, no futebol ou nas nossas vidas e apela a todos para que se manifestem contra todas as suas manifestações [de racismo] em todo mundo”.

O PSG também pediu ação da Comissão Disciplinar da LFP (Liga de Futebol Profissional) e se colocou à disposição para colaborar no andamento das investigações.

Neymar foi expulso na derrota para o Olympique, neste domingo (13), por ter dado um tapa na cabeça do espanhol Álvaro González. Aos 37 minutos do primeiro tempo, o atacante já havia chamado o quarto árbitro reclamando do zagueiro, gritando “Racismo, não”. Após a partida, o atacante reagiu em sua conta oficial no Twitter denunciando o jogador adversário, afirmando que foi chamado de “macaco filho da p…”.

Logo depois, Neymar postou novamente e disse que o único arrependimento dele era “não ter dado um soco na cara” de Álvaro González. O zagueiro também utilizou as redes sociais para se defender, publicando uma foto com outros jogadores do Olympique.

“Não há lugar para racismo. Carreira limpa e com muitos companheiros e amigos no dia a dia. Às vezes, tem que aprender a perder e assumir isso em campo. Incríveis três pontos hoje”.

A postagem provocou nova reação de Neymar, que respondeu.

“Você não é homem de assumir teu erro, perder faz parte do esporte. Agora insultar e trazer o racismo para nossas vidas não, eu não estou de acordo. Eu não te respeito! Você não tem caráter! Assume o que tu fala mermão… seja homem rapá! Racista!”.

Confira abaixo a nota oficial do PSG na íntegra.

“O Paris Saint-Germain apóia fortemente Neymar Jr, que afirmou ter sido vítima de insultos racistas de um jogador adversário.

O Clube lembra que não há lugar para o racismo na sociedade, no futebol ou nas nossas vidas e apela a todos para que se manifestem contra todas as suas manifestações em todo o mundo.

Há mais de 15 anos, o Clube está fortemente empenhado na luta contra todas as formas de discriminação ao lado dos seus parceiros como SOS Racisme, Licra ou Sportitude.

O Paris Saint-Germain conta com a Comissão Disciplinar da LFP para investigar e lançar luz sobre estes fatos. O Clube está à sua disposição para colaborar no andamento das investigações.”

Textão

Neymar, expulso no último domingo (13) na derrota do PSG sobre o Olympique de Marselha por 1 a 0 após uma confusão envolvendo o espanhol Álvaro González, publicou um textão nos Stories do Instagram após ser alvo de insulto racista.

“Eu sou negro, filho de negro, neto e bisneto de negro, tenho orgulho e não me vejo diferente de ninguém”, escreveu o jogador brasileiro.

Neymar disse “racismo, não”, duas vezes, em espanhol, ao adversário, logo após uma confusão envolvendo o argentino Ángel Di María e Álvaro González.

O brasileiro foi expulso no fim da partida ao agredir justamente Álvaro González. Além de Neymar, outros quatro jogadores foram expulsos na confusão generalizada.

Confira a íntegra do depoimento de Neymar nos Stories do Instagram:

“Ontem me revoltei, fui punido com vermelho porque quis dar um cascudo em quem me ofendeu. Achei que não poderia sair sem fazer nada porque percebi que os responsáveis não fariam nada, não percebiam ou ignoravam. Durante o jogo, queria dar a resposta como sempre, jogando futebol. Os fatos mostram que não consegui, me revoltei.

No nosso esporte, as agressões, insultos, palavrões são do jogo, da disputa. Não dá para ser carinhoso. Entendo esse cara em parte. Faz parte do jogo. Mas o preconceito e a intolerância são inaceitáveis. Eu sou negro, filho de negro, neto e bisneto de negro. Tenho orgulho e não me vejo diferente de ninguém. Ontem eu queria que os responsáveis pelo jogo (árbitro, auxiliares) se posicionassem de modo imparcial e entendessem que não cabe tal atitude preconceituosa.

Refletindo e vendo tanta manifestação quanto ao que ocorreu, fico triste pelo sentimento de ódio que podemos provocar quando no calor do momento nos revoltamos. Deveria ter ignorado? Não sei ainda… Hoje com a cabeça fria respondo que sim, mas oportunamente eu e meus companheiros pedimos ajuda aos árbitros e fomos ignorados. Esse é o ponto!

Nós que estamos envolvidos no entretenimento precisamos refletir. Uma ação levou a uma reação e chegou onde chegou. Aceito minha punição porque deveria ter seguido no caminho da disputa limpa do futebol. Espero, por outro lado, que o defensor também seja punido.

O racismo existe, mas temos que dar um basta. Não cabe mais, chega! O cara foi um tolo, eu também fui por me deixar ser atingido… Eu ainda hoje tenho o privilégio de me manter com a cabeça levantada, mas todos nós precisamos refletir que nem todos os pretos e brancos podem estar na mesma condição. O dano do confronto pode ser desastroso para ambos os lados, quer seja preto ou branco. Não quero e não podemos misturar assuntos. Cor de pele não há escolha. Perante Deus somos todos iguais.

Agora… Ontem perdi no jogo e me faltou sabedoria… Estar no centro dessa situação ou ignorar um ato racista não vai ajudar, eu sei. Mas pacificar esse movimento “antirracismo” é obrigação nossa para que o menos privilegiado receba naturalmente sau defesa. Vamos nos encontrar novamente e vai ser do meu jeito, jogando futebol… Fica na paz! Fica em paz! Você sabe o que falou… Eu sei o que fiz! Mais amor ao mundo!”

tags: futebol

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