Domingo, 05 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2016
Quadrilhas de jovens de classe média estão vendendo dinheiro de mentira pela internet. Os criminosos enviam o dinheiro ilegal pelo correio. Só este ano, o Banco Central já recolheu 350 mil notas falsas.
O que tem chamado a atenção da Polícia Federal é o perfil desses falsificadores. Geralmente, são jovens, de classe média com acesso a tecnologia avançada. A ousadia é tanta que essas notas falsas são negociadas em redes sociais, sites de compras e até páginas deles mesmos.
Em uma página são oferecidas notas de 2 reais por 0,75 real cada uma. O falsificador exige pedido mínimo e até dá orientações sobre como repassar o dinheiro falso. Nas redes sociais, tem tabela de valores. E a encomenda vai pelo correio. Tem muita gente interessada nas ofertas.
Segundo a Polícia Federal, as falsificações, muitas vezes, são feitas com impressoras simples, mas confundem bastante. Notas de 100 reais, por exemplo, têm até o holograma. O Banco Central tem um aplicativo que pode ajudar a identificar as fraudes. Ele não reconhece se a cédula é falsa, mas mostra os elementos de segurança que as originais têm.
“A marca d’água por exemplo: quando você clica aqui, aparece, de forma projetada, a marca d’água presente na denominação de 10 reais, que é uma arara. Então, o cidadão sabe que nessa área da cédula tem que ter uma marca d’água nesse formato”, explicou o gerente técnico de Meio Circulante do Banco Central, Giovani José Resende.
Além da marca d´água, a textura do papel da cédula é diferente, é mais áspera que o comum e tem autorrelevo. Nas notas de 10 reais e de 20 reais os números mudam de cor ao movimentar a cédula; as de 50 reais e de 100 reais têm uma faixa holográfica no cantinho. E todas as notas têm um fio de segurança.
Quem falsifica dinheiro, compra ou repassa essas notas falsas comete crime. E pode pegar até 12 de cadeia.
“Não há nada que se faça na internet que não deixe rastro, entendeu? Isso é que é importante, que eles não têm ideia, mas é assim que funciona. Pode até demorar, mas vai chegar”, concluiu o delegado Igor Cedrola. (AG)