Quarta-feira, 15 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2016
A campanha nacional de vacinação contra a pólio neste ano será realizada em setembro com um novo formato, mais reduzido do que em anos anteriores. Em vez de vacinar todas as crianças entre 6 meses e 5 anos com o imunizante oral, a chamada “gotinha”, a meta agora será atender apenas o grupo desta faixa etária que não está com o esquema vacinal completo.
A vacina contra a pólio deve ser dada em cinco doses. Três delas são injetáveis e devem ser aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade. A “gotinha” deve ser dada como reforço, aos 15 meses e aos 4 anos. De acordo com a pasta, somente quem não estiver com esse esquema completo deve receber uma dose no posto, no dia da campanha.
O Ministério da Saúde atribuiu a mudança na indicação da vacina a uma recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde). A meta do governo é erradicar o uso da vacina oral até 2020. Como a tarefa exige uma adequação tanto do sistema de produção de vacinas quanto dos postos de imunização, a estratégia adotada foi fazer a mudança de forma gradual.
A data da campanha de vacinação mais enxuta também foi alterada, adiada de agosto (como é a tradição no País) para setembro. O Ministério da Saúde alega que a mudança no calendário é uma estratégia para evitar que a campanha, que todos os anos mobiliza grande número de pessoas em todo o Brasil, seja prejudicada em razão dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.
Sem efeito
O Ministério da Saúde afirmou ainda que a mudança não traria nenhum efeito negativo para as crianças. O Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde o Certificado da Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem em 1994. O último caso da doença registrado no País foi em 1990.
Embora não haja casos no Brasil, a vacinação precisa ser mantida, pois o vírus continua a circular em outras partes do mundo. Especialistas planejam erradicar a doença até 2018. Além da redução da indicação do uso da “gotinha”, o Ministério da Saúde recomendou que a campanha de vacinação deste ano estenda o público-alvo e reforce a mobilização para atualizar a vacinação de crianças entre 9 e 14 anos. A troca de vacina contra a pólio pela injetável, que já vem ocorrendo em alguns países, é recomendada pelo fato de ser mais segura: ela é produzida com vírus morto. (AE)