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Política Reeleição em Assembleias Legislativas do País testa a articulação de governadores em cinco Estados

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No Rio Grande do Sul, os líderes dos principais blocos têm um acordo de alternância de poder, motivo pelo qual um petista presidirá a Casa em 2025. (Foto: Paulo Garcia/ALRS)

Na transição para a segunda metade do mandato, governadores de cinco Estados receberam um alerta vindo de suas Assembleias Legislativas. Após as eleições municipais, 14 Casas espalhadas pelo país já escolheram quem será o presidente a partir de fevereiro. Em Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Roraima, os comandos não serão ocupados por aliados do Executivo, o que exigirá trabalho dobrado na articulação na reta final.

Romeu Zema (Novo), que tenta nos dois próximos anos se cacifar como nome da direita na corrida presidencial, teve sua primeira derrota com a Assembleia de Minas logo na primeira eleição de Tadeu Martins Leite (MDB), agora reeleito. O emedebista manteve postura institucional com o governo, embora tenha comprado brigas importantes, como na tramitação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), quando se uniu ao presidente do Senado e rival de Zema, Rodrigo Pacheco (PSD). Em meio a um entrave de pautas consideradas estratégicas pela gestão, como as privatizações de estatais, Zema seguirá com o emedebista à frente da ALMG. Nas eleições internas, ele preferiu não lançar candidato, por receio de terminar derrotado.

Em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) viu um de seus maiores rivais, o também tucano Álvaro Porto, se reeleger por unanimidade. A relação entre os dois piorou no ano passado, durante a tramitação do orçamento. O auge da tensão ocorreu no início deste ano, na sessão que marcou o retorno do Legislativo, quando o microfone de Porto vazou ofensas ao discurso da tucana.

Em Roraima, Antonio Denarium (PP) tem um adversário declarado no meio de seus planos. Antigo aliado do governador, Soldado Sampaio (Republicanos) rompeu com ele em abril, após acusar Denarium de espionar os parlamentares.

Já Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte, enfrenta rejeição. Isso tem efeito sobre os deputados, incluindo o presidente do Legislativo reeleito, Ezequiel Ferreira (PSDB). Em 2018, ele deu sustentação à eleição da petista. Neste segundo mandato, contudo, a relação esfriou. O Legislativo tem se posicionado contra o Executivo pelas sucessivas demoras no pagamento das emendas e travado a pauta.

No Rio Grande do Sul, os líderes dos principais blocos têm um acordo de alternância de poder, motivo pelo qual um petista presidirá a Casa em 2025: Pepe Vargas, que é ferrenho opositor ao governo do tucano Eduardo Leite.

Na avaliação da cientista política Mayra Goulart, da UFRJ, as eleições internas logo após o pleito municipal trazem consigo as mágoas da disputa: “O desgaste pode aumentar quando correlações de forças são refeitas.”

Em outras nove assembleias que já passaram pelo processo de escolha dos presidentes, os governadores saíram em vantagem ao conseguir emplacar aliados no comando, mas não significa que não enfrentaram desgastes.

No Ceará, Elmano de Freitas (PT) escolheu o deputado Fernando Santana para representar o governo na disputa, o que desagradou um forte aliado: o senador Cid Gomes (PSB). Cid ameaçou deixar a base, o que fez a decisão ser revista. O nome pacificador foi o de Romeu Aldigueri (PT).

Também houve divergências no Maranhão, com a recondução de Iracema Vale (PSB), aliada do governador Carlos Brandão. Aliados do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), se articularam para anular a eleição, realizada em junho e refeita em novembro. Os dois grupos romperam no ano passado após os aliados de Dino ficarem sem espaço no primeiro escalão.

Em estados onde os governadores têm alta aprovação, a eleição de aliados para comandar as assembleias se deu com facilidade. É o caso do Paraná, de Ratinho Júnior (PSD), e Goiás, de Ronaldo Caiado (União).

Seis assembleias passarão por eleições no início do ano, a exemplo do Rio, onde o governador Cláudio Castro (PL) e o atual presidente e candidato à reeleição, Rodrigo Bacellar (União), vivem uma relação de morde e assopra. Outras seis realizaram eleições no início do ano: Acre, Alagoas, Amapá, Piauí, Mato Grosso do Sul e DF. As informações são do jornal O Globo.

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