Sexta-feira, 03 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2025
O governo britânico anunciou medidas na última quinta-feira com o objetivo de regulamentar melhor procedimentos arriscados de medicina estética, a fim de combater práticas malfeitas realizadas por pessoas sem qualificações reconhecidas, em um mercado em expansão. O Departamento de Saúde declarou que “novas medidas rigorosas” combaterão “procedimentos estéticos malfeitos que deixaram pessoas mutiladas, feridas e necessitando de tratamento urgente”.
O plano do Ministério da Saúde estipula que apenas profissionais “devidamente qualificados” que atuam em centros reconhecidos pelo governo poderão realizar os procedimentos mais invasivos. Entre os procedimentos mais conhecidos está o “Brazilian butt lift” (BBL, ou “bumbum brasileiro”), que envolve a injeção de gordura nas nádegas. Este procedimento, muito popular nas redes sociais, é considerado um dos mais perigosos do setor.
Clínicas que oferecem dispositivos como Botox ou injeções de ácido hialurônico também terão que obter uma licença das autoridades locais. E restrições de idade serão introduzidas para proibir certos tratamentos para menores, a menos que tenham autorização médica.
Desde o início de junho, a Agência de Saúde e Segurança do Reino Unido (UKHSA) registrou 41 casos de complicações graves após injeções de toxina botulínica, com sintomas como problemas de deglutição, dificuldades respiratórias e distúrbios da fala.
O Ministério da Saúde alerta para “preocupações crescentes com indivíduos não qualificados realizando tratamentos invasivos em ambientes perigosos, como residências, hotéis e clínicas precárias”.
As medidas anunciadas visam proteger os pacientes e reduzir os custos para o NHS, o serviço público de saúde britânico, que é obrigado a cobrir complicações decorrentes de procedimentos malsucedidos. A morte, em 2024, de Alice Webb, uma britânica de 33 anos, após se submeter a uma injeção de toxina botulínica, chocou o país e levantou a necessidade de uma melhor regulamentação do setor.
“Não se trata de impedir que alguém recorra a esses tratamentos, mas sim de impedir que operadores fraudulentos se aproveitem das pessoas em detrimento de sua segurança”, afirma o ministério. As informações são da agência de notícias AFP.