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Mundo Relembre a sucessão de erros de Theresa May, a primeira-ministra do Reino Unido que pediu demissão

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Theresa May durante pronunciamento. (Foto: Reprodução/Twitter)

A renúncia de Theresa May era inevitável. O país já sabia que a primeira-ministra não tinha condições de sobreviver nem a mais um fim de semana. A única dúvida era como essa saída seria coreografada por uma líder que foi se isolando ao ponto de só ter um interlocutor: o marido, Philip May. Relembre a sucessão de erros da primeira-ministra do Reino Unido, que pediu demissão nesta sexta-feira (24).

Seu governo estava paralisado desde que ficou claro — após a terceira derrota no Parlamento, coisa sem precedentes para um primeiro-ministro britânico — que seu plano com as bases do Brexit não seria aprovado. Mesmo assim, May defendeu um quarto voto, no início desta semana. Foi a gota d’água para o Partido Conservador que, como afirmou Gus O’Donnel, um de seus muitos ex-assessores, “pôs uma arma na cabeça da primeira-ministra” e exigiu sua saída.

Tentando segurar as lágrimas, May enumerou políticas aprovadas pelo seu governo nos últimos três anos, mas não adiantou. Sua passagem por Downing Street foi dominada pelo Brexit e será para sempre lembrada como uma das mais tumultuadas da História recente do país. Ela fez do rompimento com a UE (União Europeia) sua principal missão, prometendo entregar aos eleitores o que eles haviam escolhido. Era uma tarefa quase impossível — a própria May era favorável à permanência no bloco europeu antes do plebiscito de 2016 — mas sua falta de clareza tornou o que já era complicado num desastre absoluto.

A primeira-ministra começou defendendo um divórcio radical, o chamado hard Brexit, sem explicar como o abandono do sistema comercial e alfandegário da UE não isolaria o Reino Unido, nem afundaria sua economia. “Brexit significa Brexit”, insistia ela de forma desafiadora, empurrando para a oposição a ala de seu partido que nunca quis o afastamento de Bruxelas. Depois mudou de ideia e tentou negociar a saída, aceitando fazer concessões aos vizinhos europeus. Foi então que se deparou com a fúria do outro lado da bancada, os eurocéticos, defensores ferrenhos do Brexit, que acabaram derrubando-a.

No meio do caminho ainda cometeu um erro estratégico com consequências dramáticas para os conversadores. Ao convocar uma eleição em 2017 para renovar o Parlamento, acreditando que isso ampliaria sua maioria, perdeu cadeiras e se viu nas mãos de um pequeno partido da Irlanda do Norte. A saga do Brexit foi se tornando ainda mais complexa e exaustiva. Enquanto Bruxelas já não escondia sua irritação com a primeira-ministra, os britânicos se viram obrigados a entender a relevância do “backstop”, o mecanismo encontrado para impedir a volta de um controle rígido na fronteira entre as Irlandas, mantendo na prática o Reino Unido dentro da união aduaneira com a UE.

Ninguém estava feliz. Nem os conservadores, nem os trabalhistas, com os quais May também não conseguiu se entender. Sem eles, o acordo do Brexit não teria como passar no Parlamento. Todos já sabiam disso, mas May ignorou os avisos, de forma surpreendentemente teimosa para alguém com tantas décadas de experiência política.

O partido que está no poder desde 2010 mergulha agora numa disputa pela escolha do novo líder, que além de resolver a questão do Brexit, previsto para 31 de outubro, precisará buscar a reconciliação dos conservadores, enfraquecidos. A lista de candidatos é grande, mas o favorito é o ex-chanceler Boris Johnson, um populista que poderia fazer frente ao avanço da extrema direita. Johnson é do time do Brexit radical, sem concessões à UE. Nunca escondeu que sua ambição é ser recebido pela rainha como primeiro-ministro, mas é uma figura polêmica, que poderia dividir ainda mais o partido.

Ele deve enfrentar candidaturas como a do atual ministro do Meio Ambiente, o influente Michael Gove, e do Ministro do Interior, Sajid Javid. Ambos parecem mais dispostos a negociar com Bruxelas. A lista de potenciais candidatos também tem uma mulher, Amber Rudd, que fez campanha contra o Brexit e hoje defende uma saída suave da UE. A definição dos candidatos determinará o futuro das relações entre britânicos e europeus, questão que nem uma das mais poderosas políticas da História britânica, Margaret Thatcher, conseguiu resolver. Pela lista de candidatos, é muito pouco provável que um segundo referendo volte a ser debatido.

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