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Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2016
Autoridades de segurança se prepararam durante meses para oferecer proteção aos estrangeiros que vieram para os Jogos Olímpicos. Mas, no sentido inverso, alguns convidados acabaram dando muito trabalho à polícia e à Justiça. Durante e até depois das competições, o Rio testemunhou crimes ou delitos de menor periculosidade cometidos por atletas, representantes de delegações olímpicas e turistas vindos de outros países. E pelo menos 14 deles não vão deixar saudade aos brasileiros. O caso mais recente envolve o presidente da Confederação de Vôlei do Irã, Mansour Damirchi, 53 anos, preso em flagrante por tentativa de furto.
Furto em loja.
O iraniano tentava sair de uma loja sem pagar por alguns produtos que havia escondido em sua cintura. Detido por policiais, ele foi liberado após pagar fiança e responderá pelo crime em liberdade, mas seu passaporte permanece apreendido. “Alguns chegam aqui imaginando o País como se fosse uma republiqueta, pois a imagem da nossa violência circula em todo o mundo. Acham que podem fazer o que quiserem, que não haverá punição, que vão ser tratados com regalias. A polícia mostrou que estão errados. A resposta foi dada”, comentou o especialista em segurança pública e fundador do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), coronel Paulo Amêndola.
O Tribunal de Justiça do Rio informou que realizou 244 audiências, efetuou 97 transações penais e decretou 76 prisões preventivas durante os Jogos. Entre as principais ocorrências está o cambismo, com 182 registros.
“O Juizado teve atuação firme, corajosa e resolveu com equilíbrio cada situação”, disse o desembargador Mauro Martins, que coordena a Comissão Judiciária de Articulação dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais em Eventos Esportivos e Culturais. Segundo ele, turistas se surpreenderam com a ação da Justiça. “Uma juíza contou que alguns estrangeiros revelaram surpresa por estarem diante de uma magistrada, em uma audiência, em plena madrugada. Essa ideia que o torcedor estrangeiro levou para seu país é positiva.” Para o sociólogo Paulo Baía, a Olimpíada melhorou a imagem das forças de segurança, do Ministério Público e do Poder Judiciário.
O caso dos nadadores americanos.
O caso mais polêmico, destaque na imprensa mundial e que causou muito revolta dos brasileiros, foi protagonizado por nadadores americanos, acusados de falsa comunicação de crime.
O campeão olímpico Ryan Lochte será intimado a prestar novo depoimento no Brasil em breve e, caso não venha dos Estado Unidos para a audiência, será condenado à revelia e pode receber pena de até seis anos de prisão. Lochte e outros três nadadores teriam arrumado uma confusão em um posto de combustíveis. O campeão teria danificado uma porta do banheiro do posto e, no dia seguinte, deu entrevista à TV americana dizendo que tinha sido assaltado. A Polícia Civil descobriu a farsa.
Outro caso grave foi a prisão de dois pugilistas. Em casos semelhantes, o marroquino Hassan Saada e o atleta da Namíbia Jonas Junias Jonas foram presos acusados de tentativa de estupro na Vila Olímpica. Junias teria oferecido dinheiro a uma camareira em troca de sexo. Já Saada teria passado a mão nas pernas e nos seios de duas funcionárias, que fugiram do local.