Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2022
Familiares do torcedor do Brasil de Pelotas que continua na UTI de um hospital em Porto Alegre foram recebidos nesta quinta-feira (9) por representantes do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS). Rai Duarte, 33 anos, foi retirado de um ônibus por brigadianos após um jogo na capital, no dia 1º de maio. Momentos depois, precisou de internação devido a hemorragia interna.
Respectivamente mãe e irmã de Rai Duarte, Marta Moraes Cardoso e Savana Cardoso Duarte se reuniram com o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Júlio César de Melo, e com o promotor Felipe Teixeira Neto, que coordena no MP-RS o Núcleo de Promoção aos Direitos das Vítimas (Nuvit).
Eles ouviram reivindicações e preocupações das duas mulheres e explicaram o funcionamento da unidade, criada há dois meses e que passou a acompanhar o caso. Na esfera criminal, o promotor de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial, Marcos Reichelt Centeno, já instaurou procedimento para acompanhar a sindicância em andamento na Brigada Militar (BM), já que policiais da corporação são investigados por suposto envolvimento no incidente.
Entenda o caso
Em evento marcado por brigas nas arquibancadas do Estádio Passo D’Areia (Zona Norte), Brasil de Pelotas e São José-POA se enfrentaram no dia 1º de maio pela Série C do Campeonato Brasileiro. Após o jogo, o funcionário público Rai Duarte foi retirado por brigadianos do interior de um ônibus de torcedores pelotenses e que ainda não havia deixado o local.
Imagem gravada por outro passageiro mostra o funcionário público saindo normalmente do coletivo. Ainda não se sabe exatamente o que aconteceu na sequência, mas o fato é que Duarte não voltou ao ônibus e precisou de atendimento hospitalar, com hemorragia interna causada por perfuração intestinal.
De acordo com testemunhas ouvidas pela imprensa, o torcedor foi submetido a sessão de espancamento. Desde então, ele permanece em estado grave na UTI do Hospital Cristo Redentor.
Governo gaúcho
No dia 11 de maio, o governador Ranolfo Vieira Júnior discutiu o assunto em reunião com dirigentes do Brasil de Pelotas. O chefe do Executivo reforçou que o inquérito do caso é acompanhado por várias entidades, incluindo Ministério Público, Tribunal de Justiça do Rio grande do Sul (TJ-RS) e Comissão de Direitos Humanos da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Ele também prometeu “total transparência e lisura” na apuração dos fatos, discurso repetido pelo titular da Secretaria da Segurança Pública (SSP-RS), Vanius Santarosa: “Em nome da Secretaria, eu me solidarizo com a família do Rai e os torcedores do clube pelotense. O inquérito está sendo acompanhado por várias entidades, para que haja um comprometimento com a verdade”.
(Marcello Campos)
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