Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2020
As máscaras tornaram-se obrigatórias em diversas cidades brasileiras no combate ao novo coronavírus. No entanto, o uso inadequado delas aumenta os riscos de infecção. Entre os principais erros, estão colocá-las no queixo ou deixar o nariz descoberto.
Por que é errado deixar a máscara no queixo? Se for preciso tirar a máscara por pouco tempo – ao beber água, por exemplo –, não a puxe para o queixo. Primeiramente, porque, ao fazer isso, você terá de encostar na parte do tecido, que pode estar contaminada. O ideal é só tocar nas cordinhas ou no elástico.
Além disso, há o risco de a máscara se inverter, ao ser tirada do queixo e posicionada novamente no rosto. “A parte externa, que talvez esteja com o vírus, pode virar para dentro e ficar em contato com a pele, justamente na área das mucosas. Ocorreria a contaminação”, explica Jean Gorinchteyn, infectologista do Hospital Emílio Ribas.
E por que não podemos deixar o nariz ou a boca descobertos? A função da máscara é cobrir as “portas de entrada e de saída” do vírus no organismo. Daí vem a importância de jamais deixar os lábios e as narinas expostos.
A máscara serve como barreira: quem já estiver contaminado não vai espalhar gotículas com o vírus ao falar, tossir ou espirrar, por exemplo. E aqueles que estiverem saudáveis também terão uma proteção no rosto para que as mucosas da boca e do nariz não entrem em contato com partículas contaminadas.
Para que a proteção seja efetiva, a máscara deve cobrir o nariz inteiro, descendo até o queixo, de modo que não sejam formados vãos por onde gotículas possam entrar. O equipamento não vai se mover pelo rosto – vai moldar-se a ele.
“Quem usa óculos sabe que é incômodo, porque as lentes embaçam. Mas não tem jeito. Se descermos o tecido para o meio do nariz, a fixação não vai ser perfeita”, afirma Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury.
Ele menciona que alguns modelos têm um arame flexível por dentro, que deve ficar abaixo da região entre as sobrancelhas. É mais uma forma de moldar a máscara ao rosto.
No caso das máscaras de tecido, artesãos costumam perguntar se elas serão usadas por adultos ou crianças, justamente para fabricá-las no tamanho adequado.
Mesmo assim, é possível que o equipamento fique largo nas laterais do rosto. O infectologista Gorinchteyn recomenda que seja feito um nó nos elásticos ou na cordinha.
“A vedação precisa ficar completa. Mas é importante que o ajuste seja feito ainda em casa, com as mãos limpas. Não adianta fazer a adaptação no transporte público. Além de a pessoa ficar exposta ao vírus enquanto mexe na máscara, vai manuseá-la sem a higienização correta”, diz.
Além disso, quando for fazer uma pausa para a refeição, jamais coloque a máscara sobre a mesa: a superfície pode estar contaminada. “Ainda mais em ambientes de uso comum, como cafeterias das empresas, há o risco de contágio. O ideal é guardar a máscara em um saquinho limpo”, explica Granato. Caso seja um intervalo rápido, tire a máscara de trás para frente, tocando apenas nos elásticos, e segure-a (sempre evitando encostar na parte do tecido). Depois, recoloque-a, também pelos elásticos. As informações são do portal de notícias G1.