Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2018
Os postos de combustíveis de Porto Alegre e do interior do Rio Grande do Sul amanheceram com longas filas nesta quinta-feira (24), enquanto diversos estabelecimentos já não tinham mais gasolina para oferecer aos clientes em razão da greve dos caminhoneiros, que protestam em todo o País contra o alto preço do diesel. As filas começaram a se formar na noite de quarta-feira (23). A situação preocupa os motoristas.
A paralisação também causa alterações no transporte coletivo da Capital e da Região Metropolitana. Os ônibus funcionam normalmente somente nos horários de pico em Porto Alegre, depois passam a circular de hora em hora. A mesma medida foi adotada para empresas que fazem o transporte intermunicipal. O objetivo é economizar diesel.
Segundo o Sulpetro e o Sindipetro Serra, entre os municípios que já informaram falta de gasolina no Estado estão: Canguçu, Osório, Pelotas, Uruguaiana, Bagé, Santa Vitória do Palmar, Encantado, Torres, Cachoeira do Sul, Três Coroas, Igrejinha, Erechim, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Vacaria, Gramado, Esteio e Farroupilha.
No Aeroporto Internacional Salgado Filho, há risco de cancelamentos de voos em razão da falta de combustível para abastecer as aeronaves. As manifestações dos caminhoneiros prosseguem pelo quarto dia seguido em diversos pontos das rodovias federais e estaduais do RS e do País, de acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e o Comando Rodoviário da Brigada Militar.
Alimentos
A greve dos caminhoneiros também provoca impactos na produção e distribuição de alimentos em todo o País. A ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) e a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), representando mais de 170 empresas e cooperativas da cadeia produtiva e exportadora de proteína animal em atividade no Brasil, informaram que a paralisação afeta diretamente o setor produtivo de carnes no Brasil.
Pelo menos 129 frigoríficos pararam as produções de carne bovina, suína e de aves. As associações que representam os setores estimam que esse número suba para 208 até sexta-feira (25) se a situação não se normalizar. Caso isso se confirme, cerca de 90% da produção nacional de carne será suspensa.
Entre as grandes empresas produtoras de carne, a JBS e a BRF anunciaram paralisações. A primeira diz que “está adotando medidas em suas operações [fábricas] e logística, que inclui a paralisação de algumas unidades de carne bovina, aves e suínos, em razão da impossibilidade de escoar sua produção”. As unidades paralisadas pela JBS ficam em cinco Estados: Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Já a BRF anunciou paralisação da produção em virtude da dificuldade de escoar os produtos, além da falta de recebimento de matéria prima, insumos e animais para abate.
A produção de outros alimentos, como o leite, também é impactada. Em uma cooperativa no Paraná, foram descartados 6 mil litros do produto em dois dias por causa da dificuldade de escoar a produção. Outro produtor jogou fora um total de 1,3 mil litros pelo mesmo motivo.