Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nessa quarta-feira (11) que o acordo comercial com a China “está fechado” e que, agora, só depende de sua aprovação final e do presidente chinês Xi Jinping.
“A China fornecerá, antecipadamente, todos os ímãs e quaisquer terras raras necessárias. Da mesma forma, forneceremos à China o que foi acordado, incluindo estudantes chineses utilizando nossas faculdades e universidades (o que sempre foi algo positivo para mim!)”, detalhou Trump nas redes sociais.
“Teremos um total de 55% de tarifas, e a China, 10%”, disse o republicano. Caso confirmado, esse percentual seria maior do que o acordado na trégua em Genebra, no mês passado. À época, as tarifas haviam sido reduzidas para 30%.
Segundo a agência de notícias Reuters, os 55% de tarifas representam a soma de:
* uma tarifa “recíproca” básica de 10% que Trump impôs sobre produtos importados de quase todos os parceiros comerciais dos EUA;
* 20% sobre todas as importações chinesas devido às medidas punitivas impostas pelo republicano à China, ao México e ao Canadá associadas à acusação de que os três países facilitariam o fluxo do opioide fentanil para os EUA; e
* taxas pré-existentes de 25% sobre as importações da China, que haviam sido colocadas em prática durante o primeiro mandato de Trump na Casa Branca.
Nessa quarta, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, afirmou que a China irá aprovar “todos os pedidos” de ímãs feitos pelas empresas norte-americanas e indicou que “o lado chinês sempre quer remover os controles de exportação”.
O secretário também disse que a China concordou em examinar maneiras de o país fazer mais negócios com os EUA.
“Podemos dizer que as tarifas da China não mudarão a partir de agora”, afirmou durante entrevista à CNBC.
O secretário também afirmou que acordos comerciais com outros países podem ser esperados a partir da semana que vem.
O acordo acontece após dois dias de negociações comerciais entre autoridades americanas e chinesas em Londres, na Inglaterra, sobre tarifas de importação e questões relacionadas a terras raras e ímãs, recursos importantes para a indústria tecnológica.
Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o acordo alcançado com a China em Londres deverá ajudar a relação econômica entre o país asiático e os Estados Unidos.
Ainda na terça-feira (10), os representantes das duas potências afirmaram que haviam chegado a um consenso, mas não detalharam o acordo.
O vice-ministro do Comércio da China, Li Chenggang, disse apenas que a negociação contempla o acordo firmado em Genebra, na Suíça, no mês passado, e a conversa entre Trump e Xi realizada na última quinta-feira (5).
Guerra comercial
Trump tem mantido um cabo de guerra com Pequim desde o anúncio, em abril, de um pacote de tarifas de importação que impactou diversos países.
Logo no início do chamado “tarifaço”, a China foi um dos países que recebeu uma das maiores taxas, de 34%. A partir disso, houve uma série de retaliações entre as duas potências e as tarifas dos EUA sobre os produtos chineses chegaram a 145%.
Em busca de um meio-termo, os dois países firmaram um acordo temporário em 12 de maio, concordando em reduzir as tarifas por um período de 90 dias. O tratado foi assinado após um encontro entre as delegações em Genebra, na Suíça.
Desde a assinatura do acordo, no entanto, os dois países enfrentam dificuldades para chegar a um consenso nas negociações.
Em 30 de maio, por exemplo, Trump acusou a China de violar os termos do acordo. Em resposta, o Ministério do Comércio chinês classificou as acusações como “infundadas” e prometeu adotar medidas firmes para proteger os interesses do país.
“Em Genebra, concordamos em reduzir nossas tarifas e eles aceitaram permitir a exportação de ímãs e terras raras que precisamos”, declarou na segunda (9) Kevin Hasset, principal assessor econômico de Trump. Segundo ele, no entanto, embora a China tenha autorizado essas exportações, “elas têm ocorrido em um ritmo muito mais lento do que o considerado ideal pelas empresas”.
O fornecimento de metais de terras raras pela China passou a ser, portanto, um dos principais focos das negociações. Esses recursos naturais são essenciais para diversos produtos, entre eles as baterias de veículos elétricos. (Com informações da agência Reuters)