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Saúde Saiba como funciona a glândula pineal, órgão enigmático que regula o nosso sono

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Dormir bem é um dos processos fisiológicos mais impactantes no nosso bem-estar diário e a glândula pineal tem importância fundamental nisso.

Dormir bem é um dos processos fisiológicos que mais impactam no nosso bem-estar. (Foto: Luiz Alcides/Creative Commons)

Todo mundo sabe, ou ao menos desconfia, que uma noite de sono reparador é fundamental para acordamos dispostos. Dormir bem é um dos processos fisiológicos que mais impactam no nosso bem-estar diário. Na verdade, a insônia a longo prazo tem efeitos negativos em nossa saúde.

O sono é regulado pela combinação de dois processos. Por um lado, ritmos circadianos. Por outro lado, o acúmulo de substâncias indutoras do sono no cérebro, como a adenosina. A quantidade dela depende de vários fatores, como o tempo que ficamos acordados (mais tempo, mais adenosina), ou a qualidade do sono.

Nosso ritmo circadiano controla o chamado ciclo vigília-sono, dividido em uma fase de repouso (escuridão-sono) e uma fase de alerta (luz-atividade). Eis aí o motivo pelo qual está relacionado o nosso comportamento ao longo do dia.

O ritmo circadiano (ou ciclo circadiano) humano dura cerca de 24 horas, e o corpo precisa sincronizá-lo com os sinais ambientais. O sincronizador externo mais importante de nosso ritmo biológico é o ciclo claro-escuro.

Relógio biológico

A glândula pineal ou epífise é um agente cronobiótico. Isso significa que ela sincroniza nosso relógio biológico com o ciclo claro-escuro. Na ausência de luz, esse pequeno órgão cerebral de apenas 120 miligramas produz o hormônio que nos leva ao mundo dos sonhos: a melatonina.

Em alguns animais (peixes, répteis e anfíbios), essa glândula está localizada sob a pele e é capaz de receber informações de luz diretamente. Por isso também é conhecida como “o terceiro olho”. Nos humanos, esse órgão do tamanho de uma ervilha, está localizado dentro do crânio. Portanto, você precisa de maneiras mais complexas para saber se é dia ou noite.

Quando nosso relógio interno fica fora de sincronia com os ritmos do ambiente, desencadeia-se um problema. É o que acontece quando fazemos uma viagem cuja origem e destino têm fusos horários diferentes, desencadeando a famosa síndrome do “jet lag”. Nesses casos, é necessária uma fase de adaptação ao novo ritmo adquirido, mais difícil se viajarmos para leste, devido à perda de horas que acarreta. Às vezes, tomar comprimidos de melatonina é usado para sincronizar com o novo cronograma.

Trocar o dia pela noite

Outro exemplo é o trabalho por turnos, em que o ciclo claro-escuro é alterado. Durante a noite há uma exposição artificial a condições de alta luminosidade, que inibe a produção de melatonina, confundindo esse sistema. Essas situações podem causar distúrbios do sono e outros efeitos prejudiciais. Esses efeitos ocorrem, porque a melatonina não só desempenha um papel fundamental na indução do sono, mas também tem um efeito hipotensor e inibidor da atividade tireoidiana.

Como se não bastasse, esse hormônio noturno é também um antioxidante, neuroprotetor, modulador do sistema imunológico e oncostático, já que controla o desenvolvimento de tumores.

Na prática, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) classificou os turnos noturnos de trabalho como “provavelmente cancerígeno para os humanos” (o chamado grupo 2A). Existem vários estudos que apontam para uma maior incidência de câncer de mama em mulheres que trabalham em turnos rotativos por longos períodos de tempo.

Até o comportamento sexual é afetado pela melatonina, cujos níveis aumentam no outono e no inverno devido ao prolongamento das noites. Isso produz uma atrofia ovariana e testicular que diminui a produção de hormônios sexuais. Portanto, a atividade sexual e reprodutiva é reduzida. Esses efeitos são mais evidentes em animais reprodutores sazonais.

Finalmente, foi descrito que em períodos de pouca luz há uma maior incidência de transtornos depressivos. É o caso do transtorno afetivo sazonal, mais frequente nos países nórdicos, por exemplo.

A importância do sono

É importante observar que certos distúrbios graves do sono estão relacionados a algumas doenças mentais. Além disso, a insônia é um fator de risco para o desenvolvimento de depressão. Apesar da complexidade, o que é evidente é que a higiene adequada do sono é essencial para o nosso bem-estar físico e mental.

Para tanto, a Sociedade Mundial do Sono (WSS) propõe uma lista de dez recomendações simples. Isso inclui definir um horário de sono, monitorar a ingestão de cafeína ou praticar exercícios regularmente.

René Descartes (1596-1650) não se enganou quando se referiu à pineal como a própria “sede da alma”. Segundo o filósofo, desse lugar remoto, no centro do cérebro, a alma dirigiria a relação entre o corpo e a mente.

Informações da BBC

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