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Saúde Saiba por que os adolescentes precisam dormir tanto

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Fruto do excesso de trabalho e demandas, novo tipo de insônia pode trazer problemas de saúde. (Foto: Reprodução)

Já sabemos que esta pandemia tem sido horrível para os adolescentes e sua saúde mental.

No mês passado, o conselho de saúde mental do órgão de saúde pública dos Estados Unidos (OSG, na sigla em inglês) ressaltou a magnitude do problema, uma vez que sentimentos de desesperança e até suicídio aumentaram nos últimos anos entre essa faixa etária – e a pandemia só agravou os níveis de estresse dos adolescentes.

Mas há outro fator muito importante para a saúde mental dos adolescentes, ainda mais agora: o sono e o papel que ele desempenha na melhoria da saúde mental e da resiliência emocional.

Enquanto crianças e adolescentes tentam se reajustar ao mundo pandêmico, dormir bem pode ser um fator de proteção, diz Lisa Meltzer, psicóloga pediátrica da National Jewish Health em Denver.

Estudantes 

De acordo com muitas fontes, entre elas a Fundação Nacional do Sono e a Academia Americana de Medicina do Sono, os adolescentes devem dormir de oito a dez horas por noite.

Mas menos de um quarto dos alunos do ensino médio estão atingindo o mínimo, de acordo com os resultados da mais recente pesquisa nacional de comportamento de risco da juventude, realizada a cada dois anos pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Do ponto de vista da saúde mental, tentar dormir mais do que o mínimo de oito horas pode ser bastante útil, descobriram os especialistas. Em um estudo, adolescentes que dormiam oito a nove horas por noite tiveram os níveis mais baixos de problemas de saúde mental, como mau humor, sentimentos de inutilidade, ansiedade e depressão.

Em um estudo publicado recentemente que avalia o sono e o humor de estudantes universitários, Tim Bono, professor de ciências psicológicas e cerebrais da Universidade de Washington em St. Louis, descobriu que os alunos que dormiam mais durante a semana também registraram as maiores melhorias na felicidade e no bem-estar ao longo do semestre. Isso valeu até mesmo para os alunos que tinham níveis de felicidade mais baixos no início do estudo.

Estudantes com horários de sono mais erráticos tiveram quase duas vezes mais chances de ficar infelizes, segundo o estudo. As principais práticas recomendadas para o sono, incluindo consistência, parecem “afetar significativamente a trajetória da saúde psicológica dos alunos”, diz Bono.

Quando os adolescentes não dormem o suficiente durante a semana, costumam dormir até tarde nos fins de semana para compensar o déficit, o que perpetua o ciclo.

Tiffany Yip, presidente do departamento de Psicologia da Fordham University, pesquisou como o sono afeta a capacidade de os adolescentes lidarem com o estresse relacionado à discriminação. Um estudo de que ela é coautora descobriu que ter uma boa noite de sono ajudava os adolescentes a lidar com a discriminação e o estresse relacionado à discriminação no dia seguinte.

Mais especificamente, os adolescentes que dormiam bem na noite anterior eram mais capazes de selecionar estratégias eficazes de enfrentamento, como buscar apoio e não ficar ruminando ou obcecado com o que acontecera, diz ela. “Quando os adolescentes dormem bem”, diz ela, “eles são mais capazes de lidar com o estresse que vem no dia seguinte”.

E o sono que os adolescentes têm depois de um dia estressante? Ele fornece uma chance de redefinir as emoções, ajudando-os a se recuperar para que haja menos problemas na manhã seguinte. Pesquisadores documentaram esse “efeito rebote”, descobrindo que, quando os adolescentes dormiam mais, eles tinham um humor geral mais positivo na manhã seguinte, muito parecido com o humor após um dia de baixo estresse.

Também existe uma associação entre a quantidade de horas que os adolescentes dormem e seu humor e comportamentos de automutilação. Uma análise dos resultados da pesquisa Comportamentos de Risco da Juventude revelou que os alunos do ensino médio que disseram dormir menos nas noites dos dias de semana eram proporcionalmente mais propensos a relatar tristeza ou desesperança.

Quando comparados com os adolescentes que dormiam por pelo menos oito horas, aqueles que dormiam por seis horas ou menos tiveram mais de três vezes mais chances de pensar, fazer planos ou de fato tentar suicídio, de acordo com a análise.

Ansiedade e depressão

Meltzer caracteriza a relação entre sono e saúde mental como algo “intrincadamente entrelaçado”: a perda de sono pode ter um efeito negativo no humor e na resiliência emocional, e problemas de saúde mental podem afetar o sono.

“Se conseguirmos melhorar o sono, alguns dos sintomas de saúde mental vão melhorar. Mas tratar apenas o problema do sono não vai necessariamente curar a depressão ou a ansiedade.”

Em vez disso, ela recomenda que ambos os lados da equação – os problemas de sono e os problemas de saúde mental – sejam abordados simultaneamente. Ela observa que, quando os adolescentes dormem demais com alguma regularidade (mais de dez horas todas as noites), isto pode ser um sinal de que estão deprimidos.

Meltzer enfatiza a importância da consistência do sono para os adolescentes, além dos bons hábitos de sono e de melhores práticas ao acordar. “É fundamental se expor à luz e sair da cama de manhã”, diz. “Para a regulação do ritmo circadiano, é importante ter escuridão à noite e luz pela manhã.”

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