Terça-feira, 07 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2020
O ex-secretário executivo do Ministério da Educação (Mec), Antonio Paulo Vogel de Medeiros, deve assumir o comanda da pasta interinamente, por no máximo três meses. Medida ocorre após saída de Abraham Weintraub, último ministro da Educação do governo Bolsonaro.
Considerado como o número dois na hierarquia de comando da pasta desde o início da gestão de Weintraub em 2019, Vogel era parceiro de Abraham desde antes da presidência de Bolsonaro. Eles atuaram juntos como secretários executivos da Casa Civil durante a transição para a gestão de Jair Bolsonaro. Ele era cotado como o quinto nome provável para assumir a pasta no começo do mandato do presidente.
Paulo Vogel é graduado em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Direito na Universidade de Brasília (UnB). Também possui pós-graduação em administração financeira pela pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e atua como auditor de finanças e controle desde 1998. Ele chegou a atuar na secretaria de finanças de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad, ex-adversário de Bolsonaro na corrida presidencial de 2018.
A indicação, porém, estaria enfrentando resistência da base aliada e extremista do governo, em especial os seguidores de Olavo de Carvalho e a ala militar. Segundo a Folha, o histórico de atuação ao lado de Haddad estaria sendo usado para descredibilizar Vogel. Tal disputa interna, ainda conta com a preferência de nomes com linhas de atuação mais rigorosas e conservadoras, como o secretário de alfabetização, Carlos Nadalim.
Defendido por Olavistas, Nadalim conta com rejeição dos aliados militares de Bolsonaro, tendo em vista sua suposta ligação com o site “Brasil Sem Medo”, responsável por propagar ideias de Olavo e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). A ligação seria o principal motivo para o embate, tendo em vista que Bolsonaro tenta amenizar o clima de inquietação gerado pela investigação do STF contra o ex-titular do MEC, Weintraub.
Diante da crise política com o STF, o presidente da República, deve utilizar os três meses de mandato interino de Vogel, como tempo oportuno para sondar nomes para nomear o novo titular da pasta, bem como avaliar a repercussão de sua possível nomeação. A Folha pontuou ainda que a base aliada de Bolsonaro teria sugerido ainda o nome do ex-militar e figura religiosa Eduardo Melo, cotado para a pasta à época da demissão do Ricardo Vélez Rodríguez. Envolto em polêmicas durante a gestão Vélez, Eduardo Melo chegou a ser afastado do cargo de secretário.
Perfil
No site do Ministério da Educação, o perfil de Vogel está apresentado como abaixo:
“Servidor público federal, no cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle, o secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) é formado em Economia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e em Direito, pela Universidade de Brasília (UnB). Também possui pós-graduação em Administração Financeira, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Atua em gestão pública há mais de 20 anos, tendo, durante esse período, ocupado funções de chefia e alta direção na Secretaria do Tesouro Nacional, nos estados do Rio de Janeiro e de Goiás, na cidade de São Paulo e no governo do Distrito Federal. No Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, foi secretário de Gestão e assessor especial no Ministério da Fazenda.
Fora do serviço público, trabalhou como consultor do Banco Mundial em finanças públicas e diretor do IRB Brasil Resseguros. Vogel participou do processo de transição do Governo Federal. Em janeiro de 2019, assumiu o cargo de secretário-executivo adjunto da Casa Civil da Presidência da República e, posteriormente, passou a fazer parte do MEC.”