Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2022
Vacinas bivalentes contêm uma cepa da vacina original, a monovalente que o Brasil tem, associada à cepa da variante ômicron
Foto: DivulgaçãoOs Estados Unidos e países europeus estão aplicando em seus cidadãos vacinas novas contra a covid. Chamadas de vacinas bivalentes, são imunizantes atualizadas para melhorar a eficácia do combate às variantes e subvariantes mais recentes da doença, como a BQ.1, que tem causado o aumento de infecções no Brasil.
Segundo o infectologista Marcelo Daher, as vacinas bivalentes contêm uma cepa da vacina original, a monovalente que o Brasil tem, associada à cepa da variante ômicron.
“A Pfizer utiliza uma cepa da ômicron, e a Moderna, outra subvariante também da ômicron. A proteção é um pouco maior principalmente para a BQ.1.São capazes de elevar um pouco mais os anticorpos do que a vacina monovalente. Mas a duração dada à proteção contínua sendo baixa e a proteção não impede a contaminação, só reduz o nível de gravidade da doença”, explica Daher.
Atualmente, as subvariantes que mais preocupam autoridades sanitárias ao redor do mundo são a BQ.1 e a XBB, ambas da linhagem da Ômicron – variante contra a qual a vacina bivalente da Pfizer possui proteção específica, diferentemente dos imunizantes disponíveis no Brasil.
No Brasil
A Pfizer já protocolou um pedido de uso de sua vacina bivalente no Brasil e a solicitação está sob análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém sem prazo para concluir a avaliação.
Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia de imunização com as vacinas bivalentes, assim como os grupos que serão priorizados, estão em processo de definição pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). “As orientações para a aplicação da vacina e o cronograma de distribuição serão formalizados em nota técnica aos estados nos próximos dias”, disse.
Em nota, o ministério afirmou que “vai solicitar ao laboratório o cronograma de envio dos lotes com os novos imunizantes, tendo em vista que o atual contrato da pasta com os fornecedores contempla a entrega de vacinas com cepas atualizadas”.
O Ministério da Saúde ressaltou ainda que as atuais vacinas continuam efetivas contra as formas graves da doença e óbitos. “O esquema vacinal completo, incluindo as doses de reforço, são fundamentais para que se possa dar continuidade nas ações de vacinação em 2023”, diz a nota.
Atraso
Dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI) mostram que 69 milhões de pessoas estão em atraso com a primeira dose complementar. O Ministério da Saúde destaca que foram feitos estudos que demonstram que a capacidade de resposta do organismo, chamada imunogenicidade, após aplicação dos reforços de imunizantes alternados é adequada.