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Rio Grande do Sul Sem vaga em UTI pediátrica, criança de 3 anos morre em cidade gaúcha

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Criança residia em Vale Real, na Serra Gaúcha. (Foto: EBC)

Um casal registrou ocorrência em uma Delegacia de Polícia de Cruz Alta (Região Noroeste do Estado) depois que sua única filha, de 3 anos, morreu sem conseguir atendimento em unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica. O óbito, causado por septicemia (infecção generalizada), ocorreu na tarde de sábado (1º) em Cruz Alta.

Apresentando sintomas de um aparente problema gástrico, como vômito e diarreia, a criança havia sido levada a uma unidade de pronto atendimento (UPA) no começo da semana passada, sendo transferida para o hospital na quarta-feira (29).

A equipe médica constatou então a necessidade de hemodiálise em UTI pediátrica, mas não havia vagas disponíveis nesse tipo de estrutura nas cidades da região – o mesmo aconteceu em outras instituições, inclusive em Porto Alegre.

Desesperados, os pais obtiveram junto ao Ministério Público uma ordem judicial, que acabou não resolvendo a situação, já que o problema era mesmo de disponibilidade de leito com tal perfil.

Quando finalmente surgiu a vaga, o estado de saúde não permitia a transferência. A criança apresentava quadro clínico compatível com a chamada “síndrome hemolítico-urêmica” (SHU), precisando de diálise, nefrologista e cirurgião pediátrico.

Já a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que o caso não envolveu exatamente superlotação de leitos no âmbito de UTI pediátrica, mas a impossibilidade, na ocasião, de reunir profissionais de todas essas especialidades em um mesmo hospital.

O que é a SHU

Conforme o site do Ministério da Saúde, a síndrome hemolítico-urêmica (SHU) é uma doença grave, caracterizada pelo conjunto de sinais e sintomas que são manifestados por anemia e lesão renal aguda, dentre outros aspectos, podendo acontecer após episódios de diarreia com sangue.

Em geral, todas as pessoas estão vulneráveis a adquirirem infecção por microrganismos que causam a SHU, mas a ocorrência é mais frequente em menores de 5 anos e idosos.

A síndrome pode ter origem infecciosa, causada pelas bactérias “Escherichia coli” produtoras de uma toxina. Esses  microrganismos causam desde diarreia leve até casos graves de colite hemorrágica (infecção intestinal sanguinolenta). O quadro pode evoluir para complicações extraintestinais como a própria SHU.

O quadro pode estar associado ao agravamento de uma infecção adquirida após o consumo de água ou alimento contaminado ou pelo contato direto com fezes de humanos ou animais infectados.

A lista inclui carne crua ou malcozida, sucos, leite e seus derivados que não passaram pelo processo de pasteurização ou fervura, hortaliças, legumes, verduras e frutas contaminados por esterco não tratado de animais, geralmente relacionado aos processos de adubação orgânica e água para consumo humano não tratada devidamente com cloro.

O período de incubação varia entre três e oito dias, com duração média de quatro dias. O início da doença é caracterizado por intensas cólicas abdominais, diarreia abundante e febre de curta duração, podendo ocorrer vômitos.

Após dois dias, as fezes costumam ter aspecto sanguinolento, com presença de coágulos e intensificação de dor abdominal. Cerca de 10 a 15% dos pacientes com colite hemorrágica evoluem para SHU.

O tratamento da SHU consiste em um conjunto de medidas de suporte, geralmente em UTI e cuidados especializados para o alívio dos sintomas e da progressão da gravidade da doença.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO DE PASSO FUNDO esclarece que o caso da criança, amplamente divulgado pela imprensa como de “Betina Bessa Mendes de 2 anos”, não deu entrada no HSVP de Passo Fundo, conforme reafirma a nota anteriormente divulgada, no dia 3 de janeiro de 2022, pela Secretaria Estadual de Saúde:

“A Secretaria Estadual de Saúde informa que na sexta-feira a noite, decisão técnica, entre os médicos da Central de Regulação Estadual e da equipe de Cruz Alta avaliou não haver necessidade de transferir de madrugada. Tratava-se da necessidade de leito específico para o caso. A Central de Regulação disponibilizou o leito no sábado pela manhã mas não houve condições de saúde para a transferência…”

O HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO DE PASSO FUNDO lamenta a perda e reforça que não possui informação sobre o caso, que foi atendido e veio à óbito em outra Instituição Hospitalar.

 

(Marcello Campos)

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