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Política Senado ouve jornalistas citados por Elon Musk para atacar o Supremo

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Foram ouvidos os jornalistas David Ágape, que é brasileiro, e o norte-americano Michael Shellenberg (foto).

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Foram ouvidos os jornalistas David Ágape, que é brasileiro, e o norte-americano Michael Shellenberg (foto).(Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD) do Senado ouviu, nessa quinta-feira (11), dois dos jornalistas responsáveis pela reportagem Twitter Files Brazil (Arquivos do Twitter do Brasil, em tradução livre).

O texto foi usado pelo bilionário Elon Musk, dono da plataforma X, antigo Twitter, para acusar o Judiciário brasileiro de censura.

Foram ouvidos os jornalistas David Ágape, que é brasileiro, e o norte-americano Michael Shellenberg. A reportagem é baseada em e-mails da equipe jurídica do antigo Twitter, nos quais advogados da empresa reclamam de uma suposta interferência do Judiciário, em especial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nos conteúdos da rede social.

Shellenberg disse que é um ativista pela liberdade de expressão e que luta contra a desinformação.

“Para mim, é um prazer combater a desinformação”, afirmou o jornalista, que ficou conhecido também por escrever um livro que nega as mudanças climáticas.

A reportagem, apelidada de Twitter Files, associa as supostas interferências do TSE à ação do ministro Alexandre de Moraes. Porém, os e-mails divulgados são de 2020 a março de 2022, e Moraes assumiu a presidência da Justiça Eleitoral apenas em 16 de agosto de 2022.

O jornalista publicou, no dia 9 de abril, que Alexandre de Moraes e “outros funcionários do governo” ameaçaram processar um funcionário do Twitter caso ele não entregasse informações privadas e pessoais.

Porém, nessa quinta, Shellenberg corrigiu a informação e pediu desculpas. “Não tenho provas de que Moraes tenha ameaçado processar criminalmente o advogado brasileiro do Twitter”, afirmou.

A reportagem publicada no perfil de Shellenberg foi compartilhada por Musk e teve ampla repercussão na plataforma X, chegando a 29 milhões de usuários na rede.

Shellenberg negou que a reportagem tenha sido feita em coordenação com Musk. “Nem minha esposa, nem o Elon Musk sabiam que íamos publicar o Twitter Files”, afirmou. O jornalista publicou a história no dia 3 de abril, três dias antes dos ataques de Musk a Moraes e ao STF.

Na comissão, o jornalista David Ágape ressaltou que as denúncias de Musk sobre pressões extrajudiciais para liberar dados da plataforma ainda precisam ser confirmadas. “Muito do que o Musk tem falado agora ainda precisa ser investigado”, disse ele. “Por enquanto, isso é apenas uma denúncia do Elon Musk.”

O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), informou que tem colhido assinaturas de senadores para encaminhar as acusações à Procuradoria-Geral da República, para que a entidade investigue o caso.

“Como as denúncias são graves e, sem prejulgar, até porque precisamos saber se realmente essas provas existem e se vão ser apresentadas. Se forem apresentadas, é muito grave”, comentou Marinho.

Nenhum parlamentar governista ou crítico à posição do bilionário Elon Musk se manifestou na reunião da comissão.

Entenda

No último sábado (6), o empresário Elon Musk afirmou que não respeitaria mais as decisões da justiça brasileira referentes à suspensão de contas investigadas no chamado Inquérito das Milícias Digitais (Inq. 4.874).

Tais perfis são acusados de incentivar, nas redes, a ruptura violenta do Estado Democrático de Direito, crime previsto na Lei 14.197 de 2021. Em resposta, Alexandre de Moraes incluiu Musk nas investigações.

 

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https://www.osul.com.br/senado-ouve-jornalistas-citados-por-elon-musk-para-atacar-o-supremo/ Senado ouve jornalistas citados por Elon Musk para atacar o Supremo 2024-04-11
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