Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de dezembro de 2016
Após o STF (Supremo Tribunal Federal) tornar réu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alguns parlamentares citaram “constrangimento” com a situação. Outros, porém, afirmaram que o assunto é “privado”.
Na quinta (01), por oito votos a três, os ministros do STF aceitaram parte da denúncia oferecida pelo Ministério Público e decidiram abrir uma ação penal contra o presidente do Senado pelo crime de peculato, ou seja, por desvio de dinheiro público.
Calheiros é acusado de destinar, em 2005, parte da verba indenizatória do Senado para uma locadora de veículos que, segundo o Ministério Público, não prestou os serviços. O senador, por sua vez, disse que a denúncia é “recheada de falhas” e vai provar a inocência dele no caso.
Para Lasier Martins (PDT-RS), o episódio envolvendo Calheiros “agrava o constrangimento” do Legislativo. “Passamos a ser presididos por um senador réu em um processo criminal. Não há muito o que fazer porque Renan está no final do mandato de presidente. Então, acho que essa situação constrangedora será aceita por serem poucos dias”, afirmou.
Na mesma linha, o líder do PPS, Cristovam Buarque (DF), disse que a confiança da população no Senado ficou “abalada” após a decisão do Supremo, ainda que o processo não tenha sido concluído.
A assessoria do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), informou que a bancada discutirá a situação de Calheiros na segunda-feira (05). Na reunião, os petistas deverão decidir se pedem ou não a renúncia do peemedebista do cargo de presidente do Senado.
O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), por sua vez, avaliou que a situação de Calheiros no Supremo Tribunal Federal não atinge os demais senadores. “É uma questão pessoal. Cabe a ele apresentar a defesa, e não ao Senado. Evidente que não é uma coisa boa, mas os senadores não se sentem atingidos porque a denúncia se dirige a Renan”, disse.
O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), afirmou que o episódio “não desmoraliza” o Senado. “Não há nenhuma regra que o obrigue a deixar a presidência do Senado, e ele está no fim do mandato. Cabe a ele decidir se sai ou não, se ele se sente confortável para continuar.” (AG)